Em luto, orca é vista carregando o corpo de seu filhote morto
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Tahlequah, a famosa mãe orca que ganhou notoriedade em 2018 ao carregar o corpo de seu filhote falecido por um período de 17 dias, encontra-se novamente em luto.
De acordo com informações de pesquisadores, um novo filhote nasceu recentemente, mas não sobreviveu, e a orca está segurando a cria pela barbatana para evitar que o corpo seja levado pelas correntezas do Puget Sound, uma enseada do Oceano Pacífico nos Estados Unidos.
Na última semana, a equipe da Agência Oceânica e Atmosférica dos Estados Unidos (NOAA) observou que Tahlequah estava agarrada à sua nova cria há vários dias. Os pesquisadores não conseguiram determinar exatamente o tempo em que ela está mantendo o filhote próximo a si, mas notaram que a orca não tem se alimentado e se concentra apenas em carregar o corpo.
Segunda perda
Esta tragédia representa a segunda perda significativa para Tahlequah desde o evento de 2018, quando sua demonstração de luto atraiu a atenção mundial para os desafios enfrentados por sua espécie. Durante aquele período, sua luta tocou corações e gerou uma discussão sobre a conservação das orcas.
Pesquisadores também relataram que outras fêmeas de orca foram vistas nas proximidades, tentando oferecer alimento à Tahlequah durante este momento difícil. A morte do filhote traz à tona preocupações alarmantes entre os cientistas, especialmente considerando que as orcas residentes do sul estão à beira da extinção. Atualmente, estima-se que restem apenas cerca de 70 indivíduos desse grupo.
As ameaças que essas baleias enfrentam incluem a escassez de presas de qualidade, como o salmão, além da poluição sonora proveniente do tráfego marítimo e da contaminação tóxica na cadeia alimentar. Essas adversidades têm impactado severamente a população de orcas. No entanto, ainda não se sabe a causa exata da morte do recente filhote.
Joe Gaydos, diretor científico da Universidade da Califórnia, ressaltou que investigações recentes indicam semelhanças nos neurotransmissores e hormônios presentes no cérebro das orcas em relação aos humanos. Isso sugere que esses cetáceos podem experimentar uma forma de luto comparável à humana.
"Temos os mesmos hormônios que elas têm. Por que não deveríamos também ter as emoções que elas experimentam? Não somos os únicos seres capazes de sentir. É apropriado afirmar que ela está sofrendo ou de luto", declarou Gaydos, conforme repercute o G1.