Na última semana, o Museu do Louvre, em Paris, revelou que um vazamento de água provocou em danos a uma quantidade significativa de documentos da sua biblioteca dedicada às antiguidades egípcias. A informação foi confirmada neste domingo, 7 de dezembro, à agência AFP, em meio a um cenário de críticas enfrentadas pelo museu após o roubo de joias ocorrido em outubro.

Segundo Francis Steinbock, o administrador-geral adjunto do museu, entre 300 e 400 documentos foram afetados. Esses itens incluem revistas especializadas em egiptologia e documentação científica utilizada por acadêmicos e pesquisadores, muitos dos quais datam do final do século 19 e início do século 20.

Steinbock assegurou que nenhum item considerado patrimônio foi danificado durante o incidente. Ele enfatizou que as coleções afetadas não sofrerão perdas irreparáveis, apesar de serem recursos valiosos para os estudos na área. “São documentos muito úteis e consultados, mas de forma alguma únicos no mundo”, acrescentou.

O processo de recuperação dos documentos danificados já está sendo planejado; eles passarão por um processo de secagem seguido de restauração antes de serem devolvidos às estantes da biblioteca, repercute a AFP.

O vazamento foi detectado em 26 de novembro e ocorreu na rede hidráulica que fornece suporte aos sistemas de aquecimento e ventilação da biblioteca. A causa foi a abertura acidental de uma válvula, resultando em um gotejamento a partir da canalização localizada no teto de uma das salas.

Steinbock observou que essa rede hidráulica está desativada há vários meses devido à sua obsolescência e que a substituição está programada para iniciar em setembro de 2026, como parte de um projeto abrangente de renovação nas instalações do museu.

Uma investigação interna será conduzida para apurar as circunstâncias exatas que levaram ao vazamento.

Roubo no Louvre

Vale lembrar que, em 19 de outubro, o Louvre já foi alvo de um roubo significativo, quando joias avaliadas em cerca de 100 milhões de dólares foram subtraídas. Embora quatro indivíduos tenham sido detidos em conexão com o crime, as peças roubadas e os responsáveis por orquestrar o crime ainda permanecem desconhecidos.

Reconhecido como o museu mais visitado do mundo, o Louvre recebeu aproximadamente 8,7 milhões de visitantes em 2024, sendo que 69% deles eram turistas estrangeiros.