Como espião chinês conseguiu se aproximar de irmão do rei Charles
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Um suposto espião chinês teria se tornado confidente do príncipe Andrew, irmão do rei Charles III, um incidente que um ex-ministro da Segurança do Reino Unido classificou nesta sexta-feira como "extremamente embaraçoso". A revelação ganhou destaque nas manchetes britânicas, agravando a já fragilizada reputação do príncipe devido aos seus laços com Jeffrey Epstein, magnata acusado de abuso sexual.
Na quinta-feira, juízes mantiveram a proibição de entrada no Reino Unido do empresário identificado apenas como H6, afirmando que os problemas de Andrew o tornaram "vulnerável" à exploração. Segundo a decisão judicial, H6 teria potencial para "gerar relacionamentos entre altos funcionários chineses e figuras proeminentes do Reino Unido", o que poderia facilitar interferência política pelo Estado chinês.
Questionado sobre a responsabilidade dos conselheiros do príncipe em prevenir tal situação, o ex-ministro de Estado da Segurança Tom Tugendhat afirmou à BBC que o caso "não é tão preto no branco quanto pode parecer à primeira vista — mas é certamente extremamente embaraçoso".
De acordo com a agência de notícias AFP, o tribunal ouviu que Dominic Hampshire, assessor de Andrew, sugeriu que H6 poderia auxiliar em negociações com investidores chineses.
H6 também foi convidado para a festa de aniversário do príncipe. A ex-ministra do Interior Suella Braverman proibiu sua entrada no país em 2023, alegando envolvimento em "atividades secretas e enganosas" em nome do Partido Comunista Chinês (PCC). A decisão foi confirmada pelo tribunal, que considerou a exclusão "justificada e proporcional".
Afastamento
Andrew afastou-se dos deveres reais no final de 2019 após a repercussão negativa de uma entrevista à BBC na qual defendeu sua amizade com Epstein. Em fevereiro de 2022, ele resolveu um processo civil nos EUA movido por Virginia Giuffre, que o acusou de agressão sexual quando ela tinha 17 anos.
A falecida rainha Elizabeth II retirou de Andrew seus títulos militares honorários e patrocínios após o escândalo, afastando-o efetivamente da vida pública real.