Enigma da Segunda Guerra: A incomum floresta de árvores tortas na Polônia
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Uma floresta com árvores de formato bizarro intriga curiosos e cientistas há décadas. Localizada nas proximidades da cidade de Gryfino, na Pomerânia Ocidental da Polônia, a ‘Crooked Forest’ (floresta de árvores tortas, em tradução livre), é um mistério.
São 400 pinheiros que possuem uma curva bastante incomum em suas bases. Os troncos dessas árvores são tão curvados que chegam a um ângulo de 90 graus, depois se curvando até o chão e voltando à posição inicial para formar algo semelhante ao formato da letra “J”.
De acordo com a revista Galileu, as árvores foram plantadas na voivodia polonesa em algum momento no começo da década de 1930, período em que o território, que ainda era na província alemã da Pomerânia, foi invadido pela Alemanha durante a Segunda Guerra Mundial.
Naquela época, a cidade mais próxima da floresta, Gryfino, foi invadida pelos alemães nazistas e destruída, obrigando seus habitantes a abandonar o local, desde os estágios iniciais do conflito até a década de 1970.
Com essa fuga, se foram também as pessoas que plantaram os pinheiros há quase um século e que guardavam os segredos das árvores tortas da floresta, que representam uma incógnita desde então.
Ao longo dos últimos anos, muitos pesquisadores vêm tentando decifrar o mistério da floresta, assim como inúmeras teorias, no mínimo, curiosas, vêm surgindo de quem se depara com o conjunto peculiar de pinheiros.
As árvores naturalmente se curvaram para o norte? Foram intencionalmente alteradas pelos agricultores da região? O que aconteceu para que as 400 árvores ficassem exatamente do mesmo estranho formato?
Uma possível resposta
Neste ano, ao jornal Washington Post, o professor associado de Ciência de Plantas e Arquitetura Paisagística da Universidade de Maryland, nos Estados Unidos, Gary Coleman, explicou um pouco sobre o mecanismo científico que pode estar por trás dos troncos de formato bizarro.
Embora não seja possível afirmar com certeza o que aconteceu, nem como todas elas terminaram da mesma forma, o especialista disse ter uma boa ideia sobre o que pode ter feito o crescimento dos troncos se tornar tão especial.
“Parece, para mim, uma resposta clássica da gravidade”, opinou Coleman. “Sempre que o caule é horizontal à gravidade, a planta tem um mecanismo através do qual pode se reorientar”, completou.
Segundo o professor, as árvores podem ter sido colocadas de lado em algum momento no começo de suas vidas. “Como você pode ver, o momento horizontal ocorre apenas por um certo período de tempo. Parece que provavelmente ocorreu quando eram mudas bastante jovens ou talvez pequenas árvores, com apenas alguns metros de altura”, explicou.
Depois de ficarem na posição horizontal, os troncos das árvores passaram a crescer para ficarem paralelos à gravidade, em uma reorientação feita pelos grãos de amido que estão dentro de suas células.
“Na verdade, é o movimento desses grãos de amido nessas células que desencadeia essas respostas”, destacou Coleman. “Se o caule for horizontal, esses grãos de amido são pesados e são puxados para baixo na célula pela gravidade.”
Outro detalhe ressaltado pelo cientista é que o crescimento das árvores pode ser uma resposta a eventos ambientais, como tempestades fortes e localizadas. Ele relembrou um episódio em que observou árvores na horizontal em decorrência de uma tempestade pequena, porém forte, na área das Montanhas Rochosas dos Estados Unidos.
Segundo Coleman, “cada árvore estava de lado, mas ainda viva” e, “depois de alguns anos, vão se reorientar”. “Elas [árvores] têm muitos mecanismos diferentes nos quais podem sentir sinais ambientais e ajustar seu crescimento para responder a esses fatores ambientais”, acrescentou.
Ainda assim, não é possível confirmar a tese: o que fez com que todas as 400 árvores ficassem na horizontal em primeiro lugar? “Se foi feito pelo homem ou se foi um evento natural como uma tempestade ou algo assim, não tenho certeza”, responde o pesquisador.