Escritor relembra participação do Japão na Segunda Guerra: 'Não se rendiam'
Aventuras Na História
Entre os anos de 1939 e 1945, o mundo passou por um dos maiores conflitos armados que já existiu. A Segunda Guerra Mundial envolveu as maiores nações do globo, que, naquela época, foram organizadas em duas alianças militares diferentes: os Aliados e o Eixo. O combate, além de inúmeros outros momentos, foi marcado pela morte de milhões de minorias por meio do Holocausto, e, também pelo uso de armas químicas, pela única vez na história do mundo, em uma guerra.
Aqui no Brasil, Marcio Pitliuk, um dos maiores especialistas sobre o Holocausto, comentou na última quarta-feira, 24, com exclusividade para o podcast da Aventuras na História, alguns fatores desse combate, e dentre os assuntos relatados, a participação do Japão nesse evento histórico foi um deles.
Recentemente, Marcio lançou o livro 'O Engenheiro da Morte' (Editora Vestígio). Na obra, ele trata de um tópico pouco discutido até hoje: o envolvimento direto de pessoas da elite alemã, como médicos, advogados, arquitetos, banqueiros, industriais e outras classes, no plano de extermínio que Adolf Hitler promoveu contra minorias.
O Japão e a guerra
Durante a Segunda Guerra Mundial, o Japão, que só se integrou ao conflito após efetuar o ataque a base naval americana de Pearl Harbor, no Havaí em 1941, compunha, com a Alemanha e a Itália, a aliança do Eixo.
Logo após sua entrada na guerra, na primeira fase do conflito, o país asiático agrupou diversas vitórias, derrotando, por exemplo, franceses e americanos. Porém, mesmo se tratando de um combate violento, há diversos relatos de que a presença de tropas japonesas na China e as conquistas realizadas no sudoeste asiático derivaram em violência e atrocidades contra a população local e rivais.
Durante entrevista para o site, Pitliuk relembrou como os japoneses atuavam na Segunda Guerra. Na ocasião, o especialista no assunto descreveu:
O Japão era extremamente violento na Segunda Guerra Mundial. Os soldados não se rendiam de maneira nenhuma. Eles morriam pelo imperador.”
Marcio relembrou sobre o término da guerra na Europa, que marca do dia 8 de maio de 1945, e relatou sobre o tempo que o Japão demorou para se submeter:
A guerra na Europa acabou em 8 de maio (...), e o Japão não se rendia, continuava lutando. Chegou em agosto, eles continuaram lutando. Passou três, quatro meses e eles continuaram lutando, morrendo muitos soldados.”
O especialista descreveu também sobre o impasse entre invadir ou não o Japão: "Sabiam que para invadir o Japão, que é uma ilha, haveria um morticínio muito grande de soldados americanos e aliados (...) e ninguém mais estava disposto a isso. O mundo já estava cansado da guerra, a guerra já tinha acabado, era só o Japão que não acabava com ela", disse ele.
Até que Pitliuk comenta sobre a atitude dos Estados Unidos em atacar o país com o uso de armas químicas, para que assim a guerra se findasse:
Então, os Estados Unidos tomaram uma atitude drástica. Eles avisaram: ‘Olha, nós temos uma arma nova, a bomba atômica, com poder de destruição brutal, e a gente aconselha que vocês se rendam’, eles não se renderam, jogaram uma bomba em Hiroshima, e o Japão não se rendeu. Então soltaram uma bomba em Nagasaki, até que eles notaram que teriam que se render.”
Marcio Pitliuk também comentou sobre as teorias que relacionam o ataque das bombas com preconceito racial: "Existiam teorias erradas de que a bomba foi usada no Japão por preconceito racial, porque eles eram japoneses e não europeus. Mas isso não é verdade. A bomba teria sido usada na Europa se fosse necessário, mas a Alemanha se rendeu, e não teria sido usada no Japão se eles tivessem se rendido. Quando as bombas explodiram, e o imperador viu que eles iam destruir o Japão inteiro com duas bombas, acabaram se rendendo.”
Abaixo, você pode conferir na íntegra a entrevista com Marcio Pitliuk: