Governo colombiano quer proibir venda de produtos com fotos de Pablo Escobar
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Aventuras Na História
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Um projeto de lei em tramitação no Congresso da Colômbia busca proibir a comercialização de produtos que exaltem o narcotraficante Pablo Escobar, cujo cartel de cocaína foi responsável por milhares de assassinatos.
Em 1989, Gonzalo Rojas, então com 10 anos, recebeu a notícia devastadora da morte do pai em um atentado a bomba contra o voo 203 da Avianca, orquestrado por Escobar e seu cartel de Medellín. Esse atentado vitimou 107 pessoas a bordo e mais três em solo.
Apesar da morte de Escobar em 1993, sua imagem ganhou status de culto, sendo perpetuada em livros, músicas e séries como “Narcos”, da Netflix. Em Medellín e outras partes da Colômbia, souvenirs com seu rosto e frases icônicas, como “plata o plomo”, continuam sendo vendidos.
Nova lei
O projeto de lei visa proibir a venda, uso e porte de produtos que enalteçam criminosos condenados, incluindo Escobar. O deputado Juan Sebastián Gómez, coautor da proposta, afirmou à BBC que a memória nacional não deve ser reduzida a camisetas e adesivos vendidos em esquinas.
Caso a lei seja aprovada, comerciantes que descumprirem a norma estarão sujeitos a multas e suspensões temporárias. Joana Montoya, vendedora na Comuna 13, área turística de Medellín, revelou à BBC que teme que a proibição afete seu sustento, pois cerca de 15% de suas vendas são de itens relacionados a Escobar, percentual que chega a 60% para alguns colegas.
Por outro lado, María Suarez, funcionária de uma loja, acredita que o lucro obtido com a imagem de Escobar é antiético e defende a proibição. “Ele fez coisas horríveis, e esses souvenirs não deveriam existir”, diz ela à rede britânica.
Gonzalo Rojas disse ao portal que apoia a proposta, mas ressalta que a educação deve ser priorizada para conscientizar as novas gerações sobre o verdadeiro legado de Escobar. Em 2019, ele lançou o site narcostore.co, que simula a venda de produtos do narcotraficante, mas, ao final, exibe depoimentos de vítimas do cartel.
O prefeito de Medellín apoia o projeto, considerando a comercialização desses produtos um insulto às vítimas e ao país. O deputado Gómez compara a situação colombiana com a de outros países, destacando que, na Alemanha, itens relacionados a Hitler não são vendidos, assim como suásticas, e o mesmo ocorre com símbolos de Mussolini na Itália e Pinochet no Chile.
Para os defensores do projeto, a intenção não é apagar a história, mas sim combater a mitificação de Escobar e promover a memória das vítimas, ajudando a Colômbia a construir uma narrativa mais digna e respeitosa sobre seu passado.
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