Igreja do Diabo: Assustadora caverna na Finlândia tem segredos revelados
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Todos os anos, a caverna Pirunkirkko, na Finlândia, recebe milhares de corajosos visitantes em busca de "conversar com o Diabo". Localizada no parque nacional de Koli, a caverna ganhou reputação por ser um suposto palco de contato com o mundo espiritual — daí seu apelido 'Igreja do Diabo'.
Agora, porém, pesquisadoras da Universidade do Leste da Finlândia revelaram os motivos dos visitantes afirmarem "sentir a presença de um espírito" quando entram no local. Tudo se resume a ressonância única do local.
"O que um pesquisador de acústica ouve como ressonância, as pessoas do passado podem ter sentido a presença de um espírito; e um praticante xamânico pode sentir a presença de uma energia excepcional, cada um de acordo com sua formação", apontam as pesquisadoras Riitta Rainio e Elina Hytonen-Ng.
A caverna Pirunkirkko
Em formato de 'Z', a caverna Pirunkirkko mede apenas 34 metros de comprimento. Segundo o folclore antigo, repercute o Daily Mail, o local é conhecido por ser usado pelos sábios para reuniões onde entravam em contato com o mundo espiritual.
O espaço era frequentemente usado por um homem conhecido como Kinolainen, que fazia da Igreja do Diabo um palco para rituais mágicos. "De acordo com o folclore, Kinolainen levava seus pacientes para a 'igreja' para conversar com o Diabo sobre as causas e curas de suas doenças", aponta Rainio.
Esse tipo de ritual de cura geralmente incluía gritos altos, batidas de pés, tiros e pancadas", diz a pesquisadora.
De acordo com o estudo, publicado no The Journal of the Acoustical Society of America, os pesquisadores decidiram explorar se as propriedades acústicas da caverna poderiam ajudar a explicar as crenças associadas a ela.
Assim, uma análise revelou que o espaço abriga um fenômeno de ressonância distinto que amplifica e prolonga os sons em frequências específicas — gerando uma frequência natural da caverna que fica audível por segundo, 'refletindo' sons como palmas, tambores ou batidas.
As especialistas também entrevistaram um praticante moderno do xamanismo que usa a caverna para rituais. "O praticante disse na entrevista que as sessões de percussão, especialmente no fundo da caverna, abriram 'novos horizontes'", explicou a equipe.
Gravamos o praticante xamânico e descobrimos que ele vocalizava repetidamente tons de 231 Hz, que eram então amplificados pela caverna em sua frequência natural", finalizam, sugerindo que essa ressonância sutil na caverna pode fazer com que os visitantes sintam que estão na presença de espíritos.