Home
Notícias
Inspirou novo filme: Como foi o insano sequestro do voo 375
Notícias

Inspirou novo filme: Como foi o insano sequestro do voo 375

publisherLogo
Aventuras Na História
24/11/2023 18h38
icon_WhatsApp
icon_Twitter
icon_facebook
icon_email
https://timnews.com.br/system/images/photos/15896931/original/open-uri20231124-56-1jfkmxr?1700851473
©Reprodução/TV Globo
icon_WhatsApp
icon_Twitter
icon_facebook
icon_email
PUBLICIDADE

No dia 29 de setembro de 1988, o voo 375 da VASP partiu do aeroporto de Confins, em Belo Horizonte, com destino ao Galeão, no Rio de Janeiro. Na ocasião, o Boeing 737-317 transportava mais de 100 passageiros

Tudo parecia normal até o maranhense Raimundo Nonato Alves da Conceição, então com 28 anos, empunhar seu revólver calibre 32 e anunciar o sequestro da aeronave. Seu plano era atacar o Palácio do Planalto. 

A narrativa é contada no longa "O sequestro do voo 375", dirigido por Marcus Baldini e com estreia confirmada para o próximo dia 7. Embora a história pareça a de um thriller ficcional, realmente aconteceu. Raimundo tinha um alvo definido: o presidente José Sarney. 

11 de setembro brasileiro

O atentado em 11 de setembro de 2001 foi um dos mais traumáticos e catastróficos na história. O ataque terrorista poderia ter sido ainda maior caso os passageiros do Voo United Airlines 93 não tivessem os extremistas da Al-Qaeda que pretendiam jogar um avião no Capitólio.

Embora o episódio seja até hoje difundido, poucos sabem que algo semelhante quase ocorreu em terras tupiniquins uma década antes. Afinal, conforme recorda o G1, em 29 de setembro de 1988, Raimundo Nonato Alves da Conceiçãosequestrou o voo 375 da VASP para "acertar contas com o presidente [José Sarney]".

Na ocasião, o Boeing 737-317 era pilotado por Fernando Murilo de Lima e Silva, que estava acompanhado de Salvador Evangelista. O trajeto começou em Porto Velho (RO) durante a madrugada, e tinha como destino o aeroporto de Galeão, no Rio de Janeiro. 

O ex-presidente brasileiro, José Sarney de Araújo Costa/ Crédito: Foto por Agência Brasil via Wikimedia Commons

O voo, ainda, tinha escalas em Cuiabá (MT), Brasília (DF), Goiânia (GO) e Belo Horizonte (MG). A última etapa do percurso, saiu de Confins por volta das 10 horas da manhã, onde embarcaram 60 pessoas — entre elas Raimundo

O maranhense de 28 anos culpava o governo pelo frágil momento econômico que passava — estava desempregado — e visou atingir o centro político brasileiro como uma forma de retaliação. Assim, 20 minutos após o embarque, ele anunciou o sequestro.

+ Tiros, pânico e mortes: O caótico sequestro do voo 73 da Pan Am

Armado com um revólver calibre 32 durante o voo, Nonato disparou contra a porta da cabine; que naquela época ainda não era blindada. O comissário Ronaldo Dias acabou baleado ao tentar impedir a invasão. 

Raimundo ainda matou a queima-roupa o copiloto Salvador Evangelista, atingido com um tiro na cabeça enquanto tentava pegar um rádio para se comunicar com um chamado da torre de controle, em Brasília.

A ação começou quando já estávamos sobrevoando os céus do Rio de Janeiro. Ele gritava: 'eu quero matar o Sarney. Quero jogar o avião no Planalto!'. Na época, eu não tinha ideia de que aquilo poderia ocorrer", relembrou o piloto Fernando Lima ao G1.

A crise de Raimundo

O maranhense havia ficado desempregado devido à crise econômica que assolava o país e ele afirmava que o turbulento momento era de total responsabilidade do presidente José Sarney (PMDB), que governou o Brasil entre os anos de 1985 e 1990.

Quando sequestrou o Boeing, Nonato ordenou que a aeronave fosse levada do Rio até Brasília. Porém, como o avião ficaria sem combustível devido a imprevisível troca de percurso, o piloto conseguiu convencê-lo que seria melhor todos pousarem em segurança em Goiânia.

Podíamos despencar a qualquer momento", afirmou Fernando. "Mas ele não estava nem aí. Era doente, estava para o que desse".

Ao aterrissar em Goiás, a aeronave foi cercada pela Polícia Federal. Lá, o sequestrador decidiu concluir seu plano terrorista e partiu em direção a uma aeronave de menor porte, levando Silva como seu refém.

"Ele tentou subir em um Bandeirante que estava estacionado próximo ao Boeing para fugir. Foi nessa hora que eu corri. Um agente da PF [Polícia Federal] conseguiu lhe acertar no quadril, mas o sequestrador ainda teve tempo de atirar, e me acertou na perna", recorda.

Alvejado, Nonato foi levado ao hospital, mas morreu dois dias depois devido à anemia falciforme, reporta a BBC.  Já o piloto Fernando Murilo de Lima e Silva faleceu aos 76 anos, em 2020.

Esse texto não reflete, necessariamente, a opinião do TIM NEWS, da TIM ou de suas afiliadas.
icon_WhatsApp
icon_Twitter
icon_facebook
icon_email
PUBLICIDADE
Confira também