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Irene Gut Opdyke: A enfermeira polonesa que salvou inúmeros judeus do Holocausto
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Irene Gut Opdyke: A enfermeira polonesa que salvou inúmeros judeus do Holocausto

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Aventuras Na História
08/01/2023 03h00
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©Reprodução/Irene Opdyke
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A Segunda Guerra Mundial foi um dos momentos mais sombrios da história da humanidade, marcada pela perseguição incansável de nazistas a judeus, no que foi chamado de Holocausto. Ao todo, acredita-se que cerca de cinco milhões de judeus foram mortos, incluindo três milhões na Polônia ocupada e mais de um milhão na União Soviética.

No entanto, é em tempos de crise desse jeito que algumas pessoas, muitas vezes civis comuns, surgem para acalento de necessitados. E entre os nomes considerados pertencentes a heróis da Segunda Guerra, destaca-se o da enfermeira polonesa Irene Gut Opdyke.

Irene Gut Opdyke, a enfermeira polonesa responsável por salvar incontáveis judeus durante o Holocausto
Irene Gut Opdyke, a enfermeira polonesa responsável por salvar incontáveis judeus durante o Holocausto / Crédito: Reprodução/Twitter/CANDLES Museum

Irene foi responsável por salvar, indiretamente, incontáveis vidas durante o Holocausto, contrabandeando comida e autorizações de viagem, além de ter, até mesmo, escondido 12 judeus dentro da casa de um oficial nazista, onde trabalhava como empregada doméstica. Confira a seguir a história da enfermeira polonesa que salvou incontáveis vidas na Segunda Guerra.

Irene Gut Opdyke

Irene Gut Opdyke nasceu em 1922 em uma pequena aldeia na Polônia, conforme o Zekelman Holocaust Center, informações repercutidas pelo site All That's Interesting. Aos 16 anos, começou a estudar enfermagem, e já aos 17, em 1939, foi enviada para auxiliar na guerra.

Na ocasião, Opdyke ingressou no Exército Polonês com outras enfermeiras de sua escola. Em seu livro de memórias, publicado com o nome de 'In My Hands', ela descreveu a experiência de auxiliar diretamente no campo de batalha como se "estivesse apenas representando um papel em uma peça".

Parecia irreal para mim", afirma.

No entanto, quando os soldados soviéticos invadiram a Polônia, a enfermeira foi espancada, estuprada e enviada para trabalhar em um hospital da URSS (União das Repúblicas Socialistas Soviéticas). Lá, permaneceu até que uma troca de prisioneiros lhe permitiu regressar para a Polônia.

Em sua terra natal, agora já ocupada pelos nazistas, Irene começou a trabalhar em uma fábrica de munições, que fornecia armas para a frente alemã. Um dia, depois de desmaiar devido a toda a fumaça do local, foi autorizada a ir para a cozinha, onde passou a servir refeições aos soldados alemães.

Na função, porém, acabou tendo mais contato com os nazistas e assim, certo dia, enquanto realizava seu trabalho, testemunhou um soldado agredindo uma criança judia. E foi nesse momento que prometeu a si mesma que ajudaria os judeus, caso pudesse.

Heroísmo

Eventualmente, Irene foi transferida mais uma vez, agora para a cidade de Tarnopol, onde continuou servindo refeições aos alemães. Porém, lá chegou até mesmo a fazer amizade com 12 pessoas judias que trabalhavam lavando roupas no local.

Em dado momento, enquanto trabalhava, ela ouviu alguns oficiais nazistas falarem sobre acabar com os guetos judeus próximos. Porém, rapidamente avisou a seus amigos da lavanderia, que espalharam a notícia para seus conhecidos e parentes, o que por si só já foi suficiente para salvar incontáveis vidas — mas não bastando isso, ela ainda auxiliou contrabandeando comida e autorizações de viagens para eles.

Em 1943, Irene ouviu sobre um plano dos alemães para que Tarnopol se tornasse livre de judeus, ou seja, até mesmo seus amigos da lavanderia seriam mortos. Porém, por sorte, o Major Rügemera convidou a trabalhar como governanta em sua propriedade, o que ela aceitou — levando consigo os 12 judeus que trabalhavam lavando roupas de soldados, mantendo-os escondidos no porão.

No entanto, para dificultar ainda mais a missão de manter judeus escondidos dentro da propriedade de um major nazista, um dos casais ali dentro descobriu estar esperando um bebê. A agora governanta, porém, lhes disse para que ficassem tranquilos, que a criança nasceria livre.

Fotografia antiga da enfermeira Irene Opdyke
Fotografia antiga da enfermeira Irene Opdyke / Crédito: Reprodução/The Holocaust & Humanity Center

Depois de quase nove meses do segredo, certo dia o Major Rügemer descobriu os refugiados em sua casa, depois de Irene ter se esquecido de trancar o cômodo deles. Enfurecido, começou a discutir com Gut Opdyke, que apenas implorou para que o segredo não fosse contado a ninguém. O major concordou, desde que ela se tornasse sua amante, proposta esta aceita, visto que ela queria proteger a todos.

Depois da guerra

Pouco após os refugiados terem sido descobertos, ainda, as forças soviéticas começaram a avançar em direção a Tarnopol, conforme os nazistas perdiam forças gradualmente na guerra, o que forçava os alemães a recuarem.

Durante a fuga, Irene conseguiu escapar para uma floresta próxima com os judeus que mantinha na propriedade que cuidava. Foi então, inclusive, que o casal que esperava um bebê teve um filho saudável e, como prometido, em liberdade.

Irene Gut Opdyke
Irene Gut Opdyke / Crédito: Reprodução/Irene Opdyke

Por fim, em 1949, ela imigrou aos Estados Unidos, onde finalmente compreendeu o impacto que suas ações tiveram na vida de alguns judeus. Logo Gut Opdyke se casou, teve uma filha e viveu uma vida tranquila.

Irene Gut Opdyke faleceu em 17 de maio de 2003, mas sua história continua viva, sendo extremamente importante para aqueles que protegeu. Sua trajetória é contada em um site em sua homenagem, mantido por sua filha, Jeannie Smith.

Esse texto não reflete, necessariamente, a opinião do TIM NEWS, da TIM ou de suas afiliadas.
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