Home
Notícias
Kursk K-141: o submarino que explodiu e matou tripulação sem oxigênio
Notícias

Kursk K-141: o submarino que explodiu e matou tripulação sem oxigênio

publisherLogo
Aventuras Na História
04/07/2023 20h47
icon_WhatsApp
icon_Twitter
icon_facebook
icon_email
https://timnews.com.br/system/images/photos/15638911/original/open-uri20230704-18-14cahuf?1688503771
©Reprodução/Video
icon_WhatsApp
icon_Twitter
icon_facebook
icon_email
PUBLICIDADE

Com os recentes desdobramentos da expedição do submarino Titan, que implodiu de maneira catastrófica enquanto realizava uma viagem aos destroços do lendários RMS Titanic, histórias sobre tragédias de outras embarcações ressurgiram.

Um destes casos é o submarino nuclear russo Kursk K-141 que naufragou há quase 23 anos, em 12 de agosto de 2000. Por consequência, todos os 118 tripulantes morreram na tragédia. Relembre!

+ ARA San Juan: O submarino argentino desaparecido que implodiu;

O submarino Kursk

Submarino da classe Oscar II, o Kursk K-141 foi a penúltima embarcação do tipo a ser projetada e aprovada pela União Soviética. Sua construção começou em 1990, nos estaleiros militares da Marinha Soviética em Severodvinsk, no norte do país.

Durante a construção do K-141, porém, a União Soviética colapsou, mas seu trabalho continuou e ele foi uma das primeiras embarcações navais a serem concluídas pela Rússia. O submarino ganhou o nome de Kursk em 1993, em homenagem aos 50 anos do aniversário da Batalha de Kursk.

Como explica matéria do GizModo, antes do fim da União Soviética, ainda durante a Guerra Fria, a nação enxergava uma grande ameaça nos porta-aviões dos Estados Unidos. Assim, os soviéticos investiram em armamentos para caçarem esse tipo de embarcação — foi quando surgiram os submarinos da classe Oscar II.

Segundo o portal Weapon Systems, um único torpedo Type 65, usado pelo submarino, carregava uma ogiva de 450 quilos, poderosa o suficiente para afundar qualquer tipo de porta-aviões.

Mesmo assim, é importante ressaltar que durante cinco anos de serviço, o submarino Kursk K-141 completou apenas uma missão: a implantação de seis meses no Mar Mediterrâneo durante o verão de 1999 para monitorar a Sexta Frota dos Estados Unidos durante a crise de Kosovo.

O pouco uso ocorreu devido à falta de fundos para combustíveis. Por isso, muitos de seus tripulantes passaram pouco tempo no mar e eram inexperientes, aponta Zoltan Barany em 'Democratic Breakdown and the Decline of the Russian Military'.

A tragédia

Em 10 de agosto de 2000, o submarino Kursk se junto ao exercício militar 'Summer-X' — o primeiro em grande escala planejado pela Marinha russa em mais de uma década. A frota contava como 30 navios, quatro submarinos de ataque e outros navios menores.

No exercício, o Kursk K-141 foi uma das poucas embarcações autorizadas a transportar carga de combate durante todo o tempo. Logo no primeiro dia, ele lançou com sucesso uma míssil Granit armado com uma ogiva fictícia, relatou o Military Factory.

Já no fatídico 12 de agosto, o Kursk K-141 se preparou para lançar torpedos fictícios no cruzador de batalha Pyotr Velikiy. Na prática, esses torpedos não tinham ogivas e, portanto, foram fabricados e testados com um padrão de qualidade muito menor.

Por volta das 11h20 do horário local, sismógrafos noruegueses registraram uma primeira explosão. O relatório final da Marinha russa sobre o desastre concluiu que a explosão foi devido à falha de um dos torpedos Type 65. A explosão gerou uma magnitude de 1,5 na escala Richter — sendo comparada a uma explosão semelhante a 100–250 quilos de TNT.

Uma segunda explosão, bem mais violenta — equivalente ao uso de entre 3 e 7 toneladas de TNT —, foi constatada cerca de 10 minutos depois. O Kursk K-141 foi atingido pelas ondas de choque da explosão e um grande buraco acabou sendo aberto no casco da embarcação; que causou o colapso dos três primeiros compartimentos do submarino.

Desta forma, 95 dos 118 tripulantes do submarino morreram naquele momento, discorre Lamar Underwood em 'The Greatest Submarine Stories Ever Told: Dive!'. Por conta do ocorrido, o submarino Kursk K-141 afundou em águas relativamente rasas, em uma profundidade de 108 metros.

As buscas pelas vítimas seguiram por mais de uma semana, o que gerou apreensão não só na Rússia, mas em todo o mundo. Não houve sobreviventes, mas nem todos morreram por conta da explosão.

Os 23 'sobreviventes'

Com a tragédia, as marinhas do Reino Unido e da Noruega ofereceram ajuda aos russos, que declinaram oficialmente todas elas. Embora tenha sido teorizado que os 118 tripulantes faleceram quase que de imediato, as coisas não foram bem assim.

No dia 21 de agosto, mergulhadores noruegueses e russos encontraram corpos no nono compartimento: uma sala da turbina na popa do barco. O capitão-tenente Dmitri Kolesnikov escreveu uma nota listando os nomes de 23 marinheiros que estavam vivos no compartimento depois que o barco afundou.

Sabe-se que Kursk K-141 dispunha de uma tecnologia que absorvia o dióxido de carbono de um espaço e liberava oxigênio quimicamente durante uma emergência. Portanto, os 23 tripulantes estavam vivos quando entraram no compartimento e poderiam até mesmo serem salvos. Mas como não foram resgatados a tempo, acabaram morrendo devido à falta de oxigênio.

Destroços recuperados do submarino Kursk K-141/ Crédito: Autor desconhecido via Wikimedia Commons

 

Em 2021, um consórcio formado pelas empresas holandesas Mammoet e Smit International fechou contrato com a Rússia para retirar os restos da embarcação da água. Se desfazendo da proa do submarino, o restante da embarcação foi resgatada — incluindo os restos mortais da tripulação.

Esse texto não reflete, necessariamente, a opinião do TIM NEWS, da TIM ou de suas afiliadas.
icon_WhatsApp
icon_Twitter
icon_facebook
icon_email
PUBLICIDADE
Confira também