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Microplásticos são encontrados em camarões no litoral de São Paulo
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Microplásticos são encontrados em camarões no litoral de São Paulo

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Aventuras Na História
22/01/2025 14h26
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Uma pesquisa apoiada pela FAPESP está investigando o acúmulo de microplásticos em grandes crustáceos, com foco nos camarões-de-sete-barbas (Xiphopenaeus kroyeri). Conduzido no campus de Bauru da Universidade Estadual Paulista (Unesp), o estudo avalia os riscos ecológicos dessa poluição e os possíveis impactos na saúde humana, considerando o consumo desses animais pela população.

O projeto ocorre em duas regiões contrastantes do litoral paulista: a Baixada Santista, marcada por intensa atividade industrial, portuária e pesqueira, e Cananéia, uma área mais preservada e com menor intervenção humana. Dados preliminares indicam que entre 80% e 90% dos camarões analisados possuem microplásticos no trato gastrointestinal, revelando níveis alarmantes de contaminação.

“A nossa proposta é comparar como camarões de ecossistemas tão diferentes respondem à exposição a microplásticos”, explicou Daphine Herrera, pós-doutoranda e bolsista da FAPESP, de acordo com o portal Galileu. Segundo a especialista, os camarões, por serem detritívoros que se alimentam de sedimentos marinhos, são especialmente vulneráveis à ingestão dessas partículas, o que os torna modelos ideais para estudos de bioacumulação.

Os microplásticos, definidos como partículas menores que 5 milímetros, compõem 92,4% dos detritos plásticos marinhos e estão presentes em todo o ambiente oceânico, desde a superfície até as profundezas. Eles representam uma ameaça à vida marinha e, por extensão, à saúde humana devido ao consumo de frutos do mar contaminados.

Etapas do estudo

O estudo, realizado pelo Laboratório de Biologia de Camarões Marinhos e de Água Doce da Unesp, busca preencher uma lacuna de conhecimento sobre os níveis de contaminação por microplásticos nos camarões pescados no litoral paulista. A primeira etapa envolve a análise do trato gastrointestinal dos camarões para identificar a presença inicial dessas partículas.

Além disso, a pesquisa investiga se a contaminação por microplásticos afeta a qualidade nutricional dos camarões. A próxima fase do estudo avaliará se as partículas estão se acumulando em outros tecidos, como a musculatura, que é a parte mais consumida pelos seres humanos.

“Estamos apenas começando a entender a extensão desse problema, mas os dados já mostram que a situação é alarmante”, afirma Herrera. Segundo ela, o estudo é crucial para entender os efeitos da poluição marinha no Brasil e suas implicações para a saúde pública, especialmente em um país onde o consumo de frutos do mar é significativo.

O projeto também analisa aspectos mais amplos dos crustáceos decápodes, incluindo ciclo de vida, padrões biogeográficos, reprodução, organização populacional e evolução. A integração dos resultados busca contribuir para a conservação de espécies e ecossistemas, além de garantir a qualidade dos produtos consumidos pela população.

Esse texto não reflete, necessariamente, a opinião do TIM NEWS, da TIM ou de suas afiliadas.
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