Molly Malone: a estátua que mudou de cor após ser apalpada por turistas
Aventuras Na História
Em muitas cidades pelo mundo, especialmente nas capitais, uma queixa comum feita por residentes é a presença de turistas, que, não habituados aos costumes locais, podem ser a raiz para diferentes problemas.
Porém, as ações de turistas podem ser ainda mais graves, quando acabam por desrespeitar ou mesmo danificar locais e obras de importância histórica ou artística. E em Dublin, capital da Irlanda, uma estátua famosa ficou desgastada com o tempo. Conheça!
Molly Malone
Considerada um dos símbolos de Dublin, a estátua de Molly Malone é uma obra de bronze inaugurada na década de 1980, representando uma vendedora de peixe fictícia. Ela, inclusive, é citada no que ficou conhecido como hino não oficial da cidade, a canção "Cockles and Mussels", informa o Washington Post.
No entanto, com o decorrer das décadas, é notável que uma parte do corpo da estátua apresentava cada vez mais uma coloração diferente do restante: os seios. Enquanto a maior parte da estátua apresenta uma cor escura, quase preta, os seios de Molly Malone estão dourados simplesmente pelo fato de que as pessoas sempre os tocaram em excesso.
Não se sabe exatamente como surgiu essa prática, mas é conhecida pelos moradores de Dublin a lenda de que, aqueles que tocarem os seios de Molly Malone, vão ter sorte. E até mesmo alguns guias turísticos contam essa história, o que dissemina ainda mais o mito e provoca um desgaste ainda maior da estátua, explica o portal Snopes, que verifica histórias que circulam na interna.
Incômodo
Segundo a Administração de Serviços Gerais dos Estados Unidos (GSA), a erosão do bronze ocorre "quando uma camada de óxido resistente à corrosão é removida e o metal descoberto abaixo corrói". Além disso, vale mencionar que essa erosão pode ser provocada por fatores induzidos pelas pessoas, como o manuseio excessivo ou a fricção repetida.
A GSA também pontua que "a erosão devido ao contato humano é de longe o problema mais sério, mas a erosão pode ocorrer devido à ação abrasiva de poluentes movidos pelo vento".
Pensando não só em preservar a estátua como também em questionar um costume de simbologia no mínimo questionável, em fevereiro de 2024 a estudante Tilly Cripwell, do Trinity College Dublin, começou a campanha "Deixe Molly em paz", em tradução livre, num esforço para acabar com a tradição de tocar nos seios da estátua.
"Quando vejo homens e mulheres tocando a estátua de Molly Malone, seus filhos estão olhando para eles. Que exemplo é esse cenário? Por que ele faz parte da cultura irlandesa?", indagou ela em 2024 em artigo para o The Independent.