Novo modelo revela 'dinâmica oculta' do manto de gelo antártico
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Aventuras Na História
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Um novo modelo abrangente do manto de gelo antártico está permitindo que cientistas investiguem a dinâmica oculta sob a superfície, revelando o sistema de drenagem que influencia o movimento das geleiras.
Essa pesquisa, divulgada em 29 de dezembro de 2024 na revista Geophysical Research Letters, promete aprimorar as previsões sobre a estabilidade da camada de gelo e as consequências futuras para o nível do mar.
As simulações realizadas por pesquisadores demonstraram como a água flui sob todo o manto de gelo da Antártica, um fator crucial que determina a velocidade e o trajeto das geleiras em direção ao oceano.
As projeções atuais indicam que o derretimento do gelo na Antártica pode elevar o nível do mar em até 30 centímetros até 2100, com parte desse derretimento sendo causada pela movimentação do gelo sobre sua base rochosa, onde a água líquida atua como um lubrificante.
No entanto, a distribuição desse efeito lubrificante não é homogênea em toda a extensão do manto de gelo; varia conforme o peso do gelo e a profundidade e pressão da água subjacente.
Compreender essas variações é essencial para prever com precisão quanto gelo será deslocado para o oceano e a rapidez desse movimento. Embora modelos anteriores tenham analisado áreas menores com atenção às águas subglaciais, este estudo se destaca por aplicar uma abordagem em escala continental.
O movimento das geleiras
Os pesquisadores uniram dois modelos existentes para simular como a água subglacial afeta o movimento das geleiras: o Modelo de Sistema de Drenagem Glacial, que analisa o fluxo de água sob os mantos de gelo; e o Modelo de Sistema de Camada de Gelo e Nível do Mar, que projeta as alterações no fluxo do manto em resposta a fatores como temperatura.
Segundo Neil Ross, geofísico da Universidade de Newcastle no Reino Unido e não envolvido na pesquisa, "o modelo combinado permite identificar onde há água sob o gelo e modelar sua localização em áreas particularmente espessas, onde as pressões são suficientes para facilitar o deslizamento e aumentar a velocidade do fluxo", repercute o LiveScience.
Os cientistas analisaram a pressão efetiva na base do gelo — ou seja, a diferença entre o peso do gelo e a pressão da água abaixo dele. Rupert Gladstone, glaciologista computacional da Universidade da Lapônia na Finlândia e também não envolvido no estudo, afirmou: "À medida que essa pressão se aproxima de zero, nos aproximamos da condição em que o gelo flutua basicamente sobre uma camada de água".
Os resultados mostraram que as menores pressões efetivas estão localizadas nas regiões interiores do continente e sob as geleiras que se estendem ao longo da borda da camada de gelo. Isso indica que estas áreas apresentam um fluxo acelerado.
Em contrapartida, as plataformas de gelo flutuantes ao redor do continente dificultam esse movimento para o oceano. A possível derrocada dessas plataformas poderia acelerar o fluxo de gelo da base rochosa para o mar, contribuindo assim para a elevação do nível do mar.
Além disso, o modelo revelou com precisão as localizações conhecidas dos lagos subglaciais na Antártica Ocidental e previu grandes canais onde a água subglacial flui em direção ao oceano. Muitas dessas áreas coincidem com regiões das plataformas de gelo conhecidas por seu rápido derretimento, sugerindo que a água doce liberada por esses canais pode influenciar as taxas de derretimento.
Estudos futuros na Antártica poderão buscar essas características em locais identificados pelo modelo. Ross destacou: "Isso nos permitiu identificar onde futuras observações em campo podem ser necessárias". Essas investigações poderiam refinar ainda mais o modelo e aprofundar a compreensão sobre como as águas subglaciais impactam o fluxo das geleiras.
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