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O dinossauro brasileiro que foi um dos maiores que já existiu
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O dinossauro brasileiro que foi um dos maiores que já existiu

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Aventuras Na História
02/02/2025 15h00
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©Foto por Museu de História Natural do Mato Grosso pelo Wikimedia Commons
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Quem visita hoje a Chapada dos Guimarães, no Mato Grosso, não imagina que o local era um grande deserto na era dos dinossauros, com uma região formada por rochas que hoje são conhecidas como Portão do Inferno e Cidade de Pedra.

O ambiente era semiárido, e por isso contava com espécies adequadas à pouca disponibilidade de água.

"Os dinossauros habitavam áreas onde se formavam vales e riachos, conhecidos na geologia como leques aluviais. Esses ambientes eram semelhantes a vales onde rios distribuíam sedimentos, alternando entre deposição de material de um lado para o outro", afirmou o professor de geologia da Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT), Caiubi Kuhn, ao g1.

No cenário, apesar de parecer relativamente inóspito, habitou aquele que é um dos maiores dinossauros que já existiu: o Pycnonemosaurus nevesi. Conheça!

Pycnonemosaurus nevesi

Segundo uma pesquisa realizada pelo Museu de Ciências da Terra, em parceria com o Museu Nacional da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), o Pycnonemosaurus nevesi viveu durante o período Cretáceo, há cerca de 70 milhões de anos, e suas medidas impressionam.

Com cerca de nove metros de comprimento, da ponta de sua cauda até o focinho, esse foi um dos maiores dinossauros que já habitou o planeta. Maior que um prédio de três andares, pesava quase duas toneladas, tinha um crânio robusto, mandíbula forte e dentes afiados, adaptados justamente para cortar carne.

Também existe a possibilidade de ter sido 'canibal', alimentando-se de dinossauros ainda maiores que ele, como o gigante herbívoro Maxakalisaurus topai, que media cerca de 12 metros e habitava regiões do país que hoje correspondem ao Paraná, Minas Gerais e São Paulo.

Ilustração representando o Pycnonemosaurus nevesi / Crédito: Divulgação/Rodolfo Nogueira

Descoberta

Também ao g1, Alexander Kellner, diretor do Museu Nacional do Rio de Janeiro, os restos fósseis do Pycnonemosaurus nevesi foram descobertos originalmente por lavradores de uma antiga fazenda no Mato Grosso que, ao perceberam que os ossos não pertenciam a gado, acionaram o Departamento Nacional da Produção Mineral (DNPM) na época.

"Um paleontólogo chamado Llewellyn Ivor Price, já falecido, e um dos principais paleontólogos em pesquisas sobre répteis e fósseis, coletou esse material e o deixou no DNPM. Eu, na época, era recém-doutorado e muito curioso. Com a ajuda do meu colega que liderava o setor de paleontologia do DNPM, que estava em transição para o Museu de Ciências da Terra na Urca, conseguimos descrever esse material", informou o especialista.

Os restos mortais foram descritos como fragmentos, incluindo cinco dentes isolados, partes de sete vértebras caudais, a parte distal de um púbis direito, uma tíbia direita e a articulação distal da fíbula direita.

Graças ao tamanho das vértebras, inclusive, que é possível se ter noção do quão grande era o dinossauro.

Vértebra da cauda do Pycnonemosaurus nevesi do lado da vértebra de um jacaré / Crédito: Divulgação/Museu de Ciências da Terra

Relevância científica

Alexander Kellner também acrescentou ao g1 que a descoberta de fósseis da região centro-oeste do Brasil é valiosa para melhorar a compreensão da distribuição geográfica de dinossauros não só pelo nosso país, mas pelo mundo.

A descoberta mostrou que, durante o Cretáceo, havia uma fauna de dinossauros carnívoros comum entre Brasil e Argentina. Isso reforça a teoria da deriva continental, que sugere que os continentes estavam unidos em algum momento", pontua o paleontólogo.

Por fim, vale mencionar que, como os fósseis originais foram coletados por uma equipe do Museu de Ciências da Terra, os restos foram encaminhados e estão armazenados no Rio de Janeiro.

Porém, quem deseja observar a estrutura básica do dinossauro de perto, pode observar uma réplica do esqueleto, com 2,20 metros de altura e 7 metros de comprimento, no Museu de História Natural do Mato Grosso (MHNMT), em Cuiabá.

Esse texto não reflete, necessariamente, a opinião do TIM NEWS, da TIM ou de suas afiliadas.
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