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O fim do mistério das geleiras sangrentas da Antártida
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O fim do mistério das geleiras sangrentas da Antártida

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Aventuras Na História
08/07/2023 12h00
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©Domínio Público/ Peter Rejcek
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O curioso fenômeno batizado de "Cachoeira de Sangue", no qual uma geleira da Antártida parece "sangrar", deixa cientistas perplexos há mais de cem anos, quando foi observado pela primeira vez pelo geólogo Thomas Griffith Taylor durante uma expedição ao continente gelado em 1911. 

O "sangue", porém, é apenas água que, por algum motivo até então desconhecido, adquire uma coloração avermelhada após atravessar o gelo. Um estudo publicado recentemente na revista Frontiers in Astronomy and Space Science, por sua vez, afirma ter finalmente encontrado a explicação para o mistério

A fim de encontrar a resposta, o primeiro passo foi encontrar a fonte dessa água que "se parece com sangue" através do mapeamento das geleiras da Antártida, uma proeza que foi realizada pela equipe de Jill A. Mikucki, uma microbióloga que já estuda a região há anos. 

A origem da Cachoeira de Sangue estava em um reservatório subglacial antigo. Após a coleta de amostras, foi identificado que aquela era uma água repleta de minerais e cepas de bactérias milenares. Quem de fato encontrou a resposta para o enigma, todavia, foi Ken Livi, um pesquisador da área de engenharia de materiais. 

A causa do fenômeno 

As grandes responsáveis pela curiosa coloração avermelhada são nanoesferas ricas em ferro e outros elementos metálicos que acabam oxidando ao entrarem em contato com o oxigênio, assim mudando a cor do líquido onde estão flutuando. 

Anteriormente, os cientistas já tinham teorias semelhantes, mas pensavam que os materiais passando por essa oxidação seriam minérios, que são estruturas muito maiores que as nanoesferas.

Cachoeira de Sangue quando está seca / Crédito: Divulgação/ Youtube/ PBS Terra 

Para ser um mineral, os átomos devem estar dispostos em uma estrutura cristalina muito específica. Essas nanoesferas não são cristalinas, então os métodos usados ​​anteriormente para examinar os sólidos não as detectaram", explicou Livi através de um comunicado divulgado pela Universidade Johns Hopkins. 

Outro detalhe curioso a respeito desses desdobramentos é que a solução para o enigma científico é importante não apenas por melhorar nosso entendimento do que acontece no continente situado no Polo Sul, mas também ajudar em nossa exploração espacial. 

Terra e Marte  

Os reservatórios de água salina na Antártida são considerados um ambiente particularmente inóspito ao florescimento de vida devido às suas baixas temperaturas e escassez de oxigênio.

Ainda assim, existem inúmeras bactérias nas amostras coletadas pelos especialistas — e o líquido repleto de minerais onde foram encontradas pode contar a história de seu desenvolvimento. 

Existem microorganismos que existem há potencialmente milhões de anos sob as águas salinas da geleira antártica. São águas antigas", observou Ken Liv em outro trecho do comunicado.

Assim, as abordagens científicas que se mostram eficientes para analisar corpos d'água como esse aqui no nosso planeta são úteis por poderem ser replicadas durante as investigações de Marte, por exemplo. 

Também de acordo com Liv, os materiais formados na superfície marciana costumam ser "nanométricos", e não cristalinos, de forma que exames de amostras anteriores podem ter deixado passar algo por não usarem os métodos mais apropriados para a detecção de nanopartículas. 

Esse texto não reflete, necessariamente, a opinião do TIM NEWS, da TIM ou de suas afiliadas.
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