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O instigante tesouro de Staffordshire, uma das maiores descobertas da História
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O instigante tesouro de Staffordshire, uma das maiores descobertas da História

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Aventuras Na História
16/03/2023 23h00
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https://timnews.com.br/system/images/photos/15467892/original/open-uri20230316-18-1f7x0o6?1679008089
©Getty Images
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O Tesouro de Staffordshire é, certamente, um dos maiores achados arqueológicos britânicos. Descoberto em Lichfield, em julho de 2009, ele consiste em um conjunto de 700 objetos de ouro, armas e ornamentos datados do período entre os anos de 600 e 650 dC, os quais podem ter sido capturados em batalhas por exércitos do reino da Mércia às custas dos vizinhos Nortúmbria e Ânglia Oriental.

De acordo com informações do portal The Guardian, esse importantíssimo tesouro foi provavelmente enterrado às pressas em um momento de turbulência e nunca foi recuperado.

Tesouro de guerra

Segundo a fonte, após uma década de conservação e análise, os arqueólogos identificaram provisoriamente o rei da Mércia que eles acreditam que ter sido o dono do espólio e traçaram uma ligação com a dinastia de um governante anglo-saxão rival enterrado em Sutton Hoo.

Tira de ouco com inscrições bíblicas / Crédito: Getty Images

 

Os especialistas acreditam que o Tesouro de Staffordshire foi um "tesouro de guerra", uma vez que cerca de 80% dos objetos são acessórios de armas, a maioria de espadas. No entanto, o que é mais notável é o fato desses artefatos serem feitos de ouro. Pomos de espada de ouro, por exemplo, são extremamente raros, e o Tesouro de Staffordshire contém 50.

Segundo a fonte, esta descoberta por si só transforma completamente nossa compreensão dos exércitos anglo-saxões, pois as armas de ouro "devem ter sido relativamente comuns para a classe guerreira abaixo do rei".

Idade do ouro

A poesia de Beowulf, como aponta Chris Fern, um dos principais autores de um estudo publicado no ano de 2019, fala sobre enormes tesouros de ouro e tesouros de dragões, mas sempre se pensou que se tratava de uma licença poética. O Tesouro de Staffordshire, no entanto, mostra que houve uma "idade de ouro" neste período da Inglaterra anglo-saxã.

Cruz e elmo encontrados em meio ao tesouro de Staffordshire / Crédito: Getty Images

 

O que este tesouro realmente nos mostra pela primeira vez é uma idade de ouro neste período da Inglaterra anglo-saxã – e eu quero dizer isso literalmente. Este foi um período em que o ouro de repente estava muito mais disponível, e foi convertido em belos objetos para a elite guerreira", disse Fern, segundo o The Guardian.

Além das espadas, o Tesouro de Staffordshire inclui outros objetos únicos. Uma grande cruz processional oferece evidências convincentes de que itens cristãos estavam sendo levados para a batalha como talismãs neste período.

Também foi encontrado um ornamento de joias de ouro e granada, que ficava em cima da peça de cabeça de um bispo. Ambos foram deliberadamente dobrados e profanados antes de serem enterrados.

Peça encontrada em meio ao tesouro / Crédito: Getty Images

 

Inglaterra anglo-saxã

Os especialistas dedicaram grande parte da última década dando sentido a milhares de minúsculos fragmentos de ouro, cerca de 4.600.

O Tesouro de Staffordshire transformou nossa compreensão dos exércitos anglo-saxões e do período da Inglaterra anglo-saxã. Também forneceu pistas sobre o dono original do tesouro, que pode ter sido o rei Penda, que governou a Mércia por três décadas até sua morte em 655 dC.

Entre os rivais que ele derrotou e matou estavam os reis da Ânglia Oriental Sigeberth e Anna, que, respectivamente, foram enteado e sobrino, do rei Raedwald, que foi sepultado em Sutton Hoo. O Tesouro de Staffordshire, portanto, lança uma nova luz sobre um dos períodos mais turbulentos do início da história inglesa.

+ Confira aqui o estudo completo.

Esse texto não reflete, necessariamente, a opinião do TIM NEWS, da TIM ou de suas afiliadas.
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