'O meu também é Betty': Os 14 anos de um dos mais famosos trotes do Brasil
Aventuras Na História
No ano de 2008, uma brincadeira idealizada pelo grupo de humor ‘Chupim’, fixos na programação da rádio paulistana Metropolitana FM desde 1996, entrou para a história do humor tupiniquim ao usar um advento tecnológico moderno para realizar uma pegadinha telefônica, popularmente conhecidas como trotes.
Naquele ano, a equipe do programa idealizou o quadro do ‘Clone’, contando com a trilha de abertura da novela homônima transmitida pela TV Globo em 2001. Na brincadeira, um dos membros do programa telefonava para uma vítima e realizava questões cotidianas que conduziam a pessoa a falar informações básicas, como o nome e endereço.
Gravada, as frases da vítimas eram transferidas para uma mesa de som e alocadas na chamada ‘botoneira’, local onde fica os botões com efeitos sonoros prontos para serem disparados, sendo usado tanto durante o programa, como no trote. Com cada frase separada, o programa ligava para a vítima, fazendo com que a pessoa, do outro lado da linha, conversasse com uma pessoa de voz idêntica e com as mesmas informações.
A brincadeira boba poderia ser resumida em uma conversa com um clone, mas acabou sendo eternizada com uma vítima muito peculiar; uma mulher, identificada como Betty, não apenas perdeu as estribeiras com a suposta clone, como iniciou uma duradoura discussão com ela mesma, rendendo milhares de visualizações e gargalhadas, tanto nas ondas da transmissão FM, quanto ao ser publicada na Internet, ainda no ano de sua produção.
Quem é Betty?
No ano de 2020, após 12 anos sendo amplamente compartilhada, o jornalista Chico Felliti conseguiu localizar a personagem real, que não apenas garantiu que não encenou o trote, como tem aversão ao episódio e sequer consegue ouví-lo novamente, em entrevista ao podcast “Além do Meme”, do portal Papel Pop.
De acordo com ela, o fato de ter revelado o endereço ou simplesmente ter marcado a memória dos brasileiros com sua voz é suficiente para, até os dias atuais, receber trotes semanalmente. Mesmo assim, não faz questão de aproveitar a fama: “Não, não, morro de vergonha!”.
Eu não vejo nenhuma graça, talvez pelo nervoso que eu passei, pelo stress que foi. Eu acho que foi horrível aquele trote! [...] No dia não foi engraçado, foi bem inconveniente", afirmou Fernanda, filha da senhora que protagoniza a brincadeira e também participa da gravação.
Mesmo com aversão, Betty explicou que foi escolhida para a brincadeira por uma nora, que trabalhava na produção do programa. A vítima só permitiu a divulgação do trote com a garantia de que suas informações seriam preservadas, fato que não se concretizou, visto que o endereço acabou indo ao ar, possibilitando a localização da moça.