Pompeia: como foram feitos os moldes das vítimas do Vesúsio?
Aventuras Na História
No ano de 79 D.C., um grande vulcão localizado a 8 km de Pompeia, o Vesúvio, desencadeou uma nuvem mortal de gás superaquecido, derretendo rochas e cobrindo a região com cinzas quentes. Esse trágico evento histórico provocou a morte de inúmeras pessoas.
Nos últimos séculos, tornou-se popular a crença de que os monumentos de figuras humanas hoje encontrados em Pompeia são os corpos petrificados das vítimas que não conseguiram escapar durante a erupção. Entretanto, é importante esclarecer que eles só foram colocados no local em meados do século 19.
Os 'corpos petrificados' de Pompeia são uma série de moldes de gesso criados a partir de impressões deixadas pelos corpos das vítimas no momento em que morreram.
Como destaca a professora de clássicos da Universidade de Cambridge, Mary Beard, o que as pessoas veem como corpos são, na verdade, "o produto de um pouco de engenhosidade arqueológica, remontando à década de 1860.”
Nuvem mortal
Naquele evento catastrófico, a cidade de Pompeia foi completamente engolida por uma nuvem mortal de gás superaquecido, cinzas vulcânicas e rochas, preservando muitos detalhes do momento em que as pessoas foram surpreendidas pela tragédia.
Com o passar do tempo, os corpos originais se decompuseram, deixando cavidades no solo onde estavam enterrados.
“O material do vulcão cobriu os corpos dos mortos, endurecendo e solidificando ao redor deles”, afirmou Beard. “À medida que a carne, os órgãos internos e as roupas se decompunham gradualmente, um vazio era deixado – que era uma impressão negativa exata da forma do cadáver no momento da morte.”
Moldes de gesso
Durante as escavações arqueológicas realizadas durante o século 19, arqueólogos encontraram essas cavidades e tiveram a ideia de preenchê-las com gesso líquido para obter moldagens precisas das formas e posições das vítimas no momento de suas mortes.
"Não demorou muito para que se descobrisse que, se você derramasse gesso de Paris naquele vazio, obteria um molde de gesso que era uma réplica exata do corpo […], mas [é] apenas uma réplica – mais um ‘anticorpo’ do que um corpo real", diz a professora de Cambridge.
As moldagens resultantes são como estátuas que capturam a angústia e as expressões de medo das pessoas que não conseguiram escapar da catástrofe.