Que fim levou o iate Britannia, tema da nova temporada de 'The Crown'
Aventuras Na História
A quinta temporada de 'The Crown', recém-lançada na plataforma de streaming Netflix, chama atenção por abordar passagens dos bastidores da família real britânica na reta final do século 20, marcado por tragédias pessoais que reverberaram para as capas de tabloides do Reino Unido como escandalos marcantes.
Contudo, uma perda específica da rainha marca a trama. Tido no enredo da produção como o "lar favorito" da monarca, o iate real Britannia não apenas a acompanhou desde antes de sua posse, sendo congratulado junto a ela como um símbolo de grandeza e longevidade, mas que, 44 anos depois de sua coroação, teve de ser desativado.
Em meio aos luxos da monarquia enquanto os países britânicos atravessavam uma grave recessão, o iate real tornou-se um símbolo de ostentação desnecessário e, conforme retratado na produção, acabou sendo desativado após pressão do parlamento e da população, causando raras lágrimas públicas de Elizabeth II.
Na vida real, ele ainda pôde ter uma despedida mais digna, tendo uma turnê por seis portos da Grã-Bretanha e retornando em uma cerimônia especial em Porsmouth, na Inglaterra, para ser desligado, no dia 11 de dezembro de 1997.
Foi por lá, inclusive, que a monarca foi fotografada chorando pela perda da embarcação que acompanhou, por décadas, em eventos oficiais, veraneios e visitas diplomáticas, abrigando grandes personalidades daquele século.
Onde está o Britannia?
Depois de sua última viagem oficial para China e o retorno, excursionando pelos portos britânicos, ele se tornou uma peça parada no espólio da família real. Não foi desmontado ou vendido, mas simplesmente estacionado e aberto para visitação em Edimburgo, na Escócia.
Mesmo que esteja inteiro e podendo ser reativado, os altos custos de manutenção dos muitos cômodos, da parte mecânica e até mesmo com combustível inviabilizam o retorno dele para as águas; dessa forma, permanece sendo um item de lembrança aos tempos de maior luxo da monarquia.
Em casos recentes, o ex-primeiro-ministro britânico Boris Johnson chegou a propor um novo iate real, como noticiou o The Washington Post, inclusive com uma pressão popular para renomeá-lo em homenagem ao príncipe Philip, marido de Elizabeth II. De acordo com ele, o navio seria uma embaixada flutuante, possibilitando sediar eventos e encontros.
Contudo, se fizessem do zero um novo iate, acarretaria em aproximadamente 250 milhões de libras de custos com a construção, além de uma despesa anual de 30 milhões de libras para mantê-lo em funcionamento. O custo de restauração do Britannia certamente poderia ser menor, mas não interessa ao atual primeiro-ministro, Rishi Sunak.