Roma Antiga: O raro pigmento utilizado na pintura do palácio de Nero
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Aventuras Na História
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Arqueólogos fizeram uma descoberta surpreendente nas ruínas das oficinas do palácio Domus Aurea, em Roma: pigmentos azuis antigos que remontam à época do imperador Nero. Acredita-se que o corante era usado para dar vida e cor ao palácio, revelando detalhes fascinantes sobre a arte e a cultura da Roma antiga.
Dentre os achados, destaca-se um artefato com o raro pigmento azul egípcio, conhecido por sua beleza e longevidade. O pigmento, utilizado pelos egípcios, era considerado um dos mais valiosos e era usado para criar obras de arte vibrantes e duradouras, explicou Guillermo Carvajal, historiador da revista La Brújula Verde.
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"O fascínio transmitido pela profundidade do azul deste pigmento é incrível. A Domus Aurea mais uma vez nos comove e restaura o brilho das cores usadas pelos pintores que habilmente decoraram os cômodos deste precioso e refinado palácio imperial", disse Alfonsina Russo, diretora do Parque Arqueológico do Coliseu, em comunicado.
A descoberta esclarece as técnicas e os materiais utilizados pelos artistas romanos na decoração do palácio de Nero. Os pigmentos encontrados, incluindo o azul egípcio, ocre amarelo e tons avermelhados do mineral realgar, revelam a riqueza de cores que adornavam o palácio imperial.
O pigmento
A presença do azul egípcio, em particular, é notável. Este pigmento, considerado o primeiro pigmento sintético do mundo, era altamente valorizado por sua capacidade de criar tons de azul profundos e vibrantes. Sua presença no palácio de Nero sugere que o imperador romano apreciava a beleza e a qualidade deste pigmento exótico.
O azul egípcio era produzido a partir da queima de sílica, calcário e minerais contendo cobre e carbonato de sódio. A descoberta de um fragmento de mais de dois quilos e 15 centímetros de comprimento desse pigmento no Domus Aurea sugere que ele era amplamente utilizado nas obras do palácio.
No século 1 a.C., o arquiteto romano Vitrúvio, em seu tratado "De Architectura", descreveu como o corante egípcio se espalhou pelo Mediterrâneo e se tornou popular no Império Romano, especialmente nas Termas de Tito e nas paredes de Pompeia, onde foram encontradas amostras.
Segundo o arquiteto, os principais centros de produção do pigmento eram Cuma, Liternum e Pozzuoli, informação que está sendo investigada por arqueólogos. A possibilidade de o corante ter sido exportado de cidades egípcias, como Alexandria, também é considerada.
Arqueólogos acreditam que a receita do pigmento azul egípcio foi perdida com o declínio do Império Romano e redescoberta no século 19 pelo químico Humphry Davy.
No entanto, a presença do pigmento em pinturas renascentistas contradiz essa teoria e evidencia a conexão entre a arte da antiguidade e o Renascimento.
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