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Soldados negros e asiáticos da Primeira Guerra Mundial homenageados
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Soldados negros e asiáticos da Primeira Guerra Mundial homenageados

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Aventuras Na História
22/01/2025 19h01
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©Reprodução/PA
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A Cidade do Cabo testemunhou um momento histórico nesta quarta-feira, 22, com a inauguração de um memorial em homenagem a milhares de soldados negros e asiáticos que serviram na Primeira Guerra Mundial, mas foram negligenciados e esquecidos por causa da raça. Entre eles, estava Bhesengile Delihlazo, cujo nome agora descansa em uma lápide, oferecendo à família um encerramento para uma história de perda e sofrimento.

A Comissão de Túmulos de Guerra da Comunidade Britânica (CWGC) iniciou uma importante jornada de reparação histórica, reconhecendo o sacrifício de mais de 1.700 sul-africanos negros que morreram lutando pelos britânicos. Por décadas, suas famílias carregaram o fardo da perda sem o conforto de um túmulo ou memorial, mas agora, graças a uma pesquisa meticulosa e um compromisso com a justiça histórica, seus nomes foram inscritos para a posteridade.

A descoberta de que Bhesengile Delihlazo morreu de malária em Kilwa, na Tanzânia, trouxe um certo alívio para a família. "Nos doeu que não conseguimos encontrar os restos mortais", disse Elliot Malunga Delihlazo, sobrinho-neto do soldado, à AP. "Mas estamos felizes que finalmente sabemos exatamente que ele morreu em 1917."

A história de Bhesengile reflete a de milhares de outros homens negros e asiáticos que serviram em ambos os lados dos conflitos mundiais. Um estudo recente revelou que mais de quatro milhões de homens negros e asiáticos serviram nos exércitos europeus e americanos, muitos deles recrutados à força ou sob falsas promessas. No entanto, ao contrário de seus colegas brancos, eles não receberam o mesmo reconhecimento e honra.

Reparação

A discriminação racial foi a principal razão para essa injustiça histórica. Um relatório de 2021 concluiu que "racismo generalizado" levou à omissão de 116.000 a 350.000 vítimas da Primeira Guerra Mundial das homenagens. Uma carta de 1923 do governador colonial da Costa do Ouro (hoje Gana) exemplifica essa atitude, afirmando que os africanos "dificilmente estavam em tal estado de civilização a ponto de apreciar tal memorial".

A criação de memoriais como o da Cidade do Cabo é um passo crucial para corrigir essa injustiça histórica e garantir que o sacrifício desses homens nunca seja esquecido. A presidente da CWGC, Princesa Anne, ao inaugurar o memorial, ressaltou a importância de reconhecer e honrar a contribuição de todos os que serviram, independentemente de sua raça ou origem.

Segundo o 'The Guardian', a jornada de reparação histórica, no entanto, ainda está no início. Outros memoriais estão sendo planejados em diferentes partes da África, e a CWGC continua investigando os casos de milhares de soldados que ainda não foram localizados ou homenageados.

Esse texto não reflete, necessariamente, a opinião do TIM NEWS, da TIM ou de suas afiliadas.
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