Termas romanas identificadas na Alemanha são analisadas por estudiosos

Após mais de 180 anos de silêncio arqueológico, termas romanas identificadas em Baden-Baden, Alemanha, foram analisadas. Uma escavação, liderada por especialistas da ArchaeoConnect e do Arbeiten vom Landesamt für Denkmalpflege (LAD), trouxe à tona detalhes sobre a estrutura e o estado de conservação do antigo complexo termal, que remonta ao final do século 1 d.C.

Conhecidos na antiguidade como Aurelia Aquensis (Aurelia-das-Águas), em homenagem ao Imperador Marco Aurélio Severo Alexandre Augusto, os banhos eram um dos maiores centros termais da região de Baden-Württemberg. Construídos sobre as fontes termais de Florentinerberg, representaram o primeiro uso conhecido de águas geotérmicas na área.

Embora partes do local tenham sido descobertas em meados do século 19, a pesquisa permaneceu limitada por décadas. As recentes reformas de esgoto, no entanto, ofereceram aos arqueólogos a oportunidade de estudar uma área de 50 metros quadrados com técnicas modernas.

"Em 2024, a substituição necessária de canos de água na área tornou possível, pela primeira vez, obter visões arqueológicas em grande escala na área dos Banhos Imperiais", explica Sarah Roth, arqueóloga do LAD, no comunicado.

Revelações

A escavação revelou paredes da era romana a apenas um metro abaixo do nível atual do solo, algumas delas nunca documentadas. Tijolos de hipocausto, utilizados em sistemas de aquecimento subterrâneo, confirmaram que partes do complexo eram aquecidas. Na maior sala conhecida dos banhos, foram encontradas camadas de argamassa que sustentavam o revestimento de mármore das paredes e pisos, além de três degraus bem preservados que levavam a uma piscina.

A pesquisa, no entanto, também evidenciou os danos causados por construções posteriores. "A construção de um sistema de túneis ramificados no final do século 19 e a inserção de canais e canos nas últimas décadas danificaram e reduziram repetidamente a estrutura dos banhos sob o mercado", lamenta Roth no comunicado.

Apesar dos desafios, o estudo se destaca como o exame mais extenso do local em mais de 50 anos, e o primeiro a utilizar métodos modernos de documentação arqueológica. "Algumas áreas foram descobertas pela primeira vez desde 1849 sob supervisão arqueológica", ressalta Sarah. "Até agora, o estado de preservação das ruínas neste local era totalmente desconhecido."

Segundo o 'Archaeology News', desde 2021, o local é reconhecido como Patrimônio Mundial pela UNESCO, um testemunho de sua importância cultural e arqueológica.