Último Tanaru, o 'Índio do Buraco', é enterrado em Rondônia dois meses após morte
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Na última sexta-feira, 4, finalmente o homem conhecido como 'Índio do Buraco', um grande auxiliar na redução de danos do agronegócio nas terras indígenas. A cerimônia de sepultamento, por sua vez, foi dirigida pelo indígena Purá, do povo Kanoé, com a presença, ainda, de alguns funcionários da Funai.
Para a cerimônia, alguns dos rituais e tradições mais comuns entre os povos da região foram feitos, tendo sido o Tanaru sepultado na mesma palhoça em que morreu. Além disso, vale destacar que os costumes funerários específicos dos Tanaru foram perdidos, e por isso não foram utilizados no enterro do 'Índio do Buraco', visto que todos os outros da tribo foram assassinados em 1995.
O caso
O corpo do 'Índio do Buraco' foi encontrado há mais de dois meses, no dia 23 de agosto, mas seu sepultamento demorou tanto tempo pois o presidente da Funai, Marcelo Xavier, queria aguardar laudos de exames da Polícia Federal para tentar identificar, principalmente, a etnia dele.
Tanaru era o último índio sobrevivente de sua tribo, e era conhecido como 'Índio do Buraco' devido ao seu hábito de fazer grandes escavações. As ações dele foram feitas individualmente nos últimos 25 anos, desde a morte das outras pessoas da tribo.
O que acontecerá com as áreas?
Desde a morte de Tanaru, fazendeiros locais demonstram interesse em suas terras, e fizeram pedido a Funai para que pudessem ter direito à área — o que a fundação já estuda revogar a restrição.
No entanto, o Ministério Público Federal já fez recomendação para que a Funai adote medidas pra a preservação do local como terra indígena, como informado pelo g1.
A terra que é indígena pertence à União, com o direito de posse e usufruto aos povos indígenas. Não há mudança dessa natureza pelo fato de o Índio do Buraco ter falecido. Ela permanece como terra da União e terra indígena", alega procurador Daniel Luís Dalberto, do MPF- RO.