Maria da Penha reflete sobre a importância do Dia da Mulher

Caras






O dia 8 de março marca a celebração do Dia Internacional da Mulher. O símbolo da luta histórica das mulheres por direitos existe há séculos, mas há uma série de nomes importantes que contribuiram para os dias atuais, como Maria da Penha (80). Em entrevista à CARAS Brasil, a ativista reflete sobre a importância de acabar com as mais diversas formas de violência.
"Março é um mês muito especial para quem luta em defesa das mulheres. Não é uma data festiva, mas é um período em que celebramos as conquistas e olhamos para o futuro. Aliás, é tempo de reafirmar que nós mulheres temos direito a um futuro que é tantas vezes capturado quando nossa história é interrompida pelo feminicídio. Sinto que nossa luta só terá sido suficiente quando vivermos o tempo em que nenhuma mulher estiver sob o jogo da violência doméstica. Já são quase duas décadas de um desafio coletivo que nos foi dado para construir um país onde a violência contra as mulheres e meninas. não seja considerada normal", destaca.
"Para cumprir esse desafio, então contamos com os mecanismos criados pela lei 11340/2006, que devem responsabilizar os estados e municípios que não têm enfrentado corretamente a violência contra as mulheres. O que eu mais desejo para as mulheres brasileiras e as de todo mundo é que o direito a uma vida sem violência não seja algo abstrato ou distante, mas real e vivido no cotidiano. Temos o direito a relações saudáveis, de ocupar espaços, de construir a nossa história e reafirmar o nosso valor da sociedade", acrescenta.
Maria da Penha ainda aponta que as violências praticadas contra as mulheres vão muito além dos problemas físicos: "Afinal, uma mulher que sofre violência, tem tolhidas as suas capacidades, que reduz o seu potencial de contribuição para superar os grandes desafios sociais que enfrentamos. Todas as mulheres contemporâneas e as que, ao longo dos séculos, não nos calaram e nos encorajaram a lutar pelo respeito que merecemos. Em nosso tempo, seja nas artes, na ciência, na política ou no trabalho, nada se faz sem a presença valiosa das mulheres. Mas isto só é possível depois que a violência termina, pois quando a violência acaba, a vida recomeça".


