Bolsonaro pede apoio na Câmara para aprovação de anistia a condenados por ataques do 8 de Janeiro

Na quarta manifestação convocada desde que deixou o Planalto, o ex-presidente Jair Bolsonaro se defendeu de acusações de tentativa de golpe e angariou apoios na Câmara dos Deputados para a aprovação da anistia aos condenados pelos ataques ocorridos no 8 de Janeiro. O ato, realizado em Copacabana, Zona Sul do Rio de Janeiro, reuniu ao menos nove senadores, 43 deputados federais, governadores e lideranças políticas.

Durante o evento, Bolsonaro fez um gesto de apoio a Gilberto Kassab, presidente do PSD, declarando que o mesmo está ao seu lado. Em busca de apoio para o projeto de anistia, o ex-presidente teve uma conversa reservada com Kassab em São Paulo. O PL, partido de Bolsonaro, afirmou que solicitará regime de urgência para o projeto na Câmara dos Deputados, o que poderá levar o texto diretamente ao plenário da Casa.

Parlamentares do PSD afirmam que a bancada não é unânime em relação à anistia, enquanto o PL, maior partido da Câmara com 92 deputados, busca acelerar a tramitação do projeto. Bolsonaro ressaltou em seu discurso a importância da anistia para pessoas presas durante os ataques antidemocráticos de 2023. O ex-presidente também questionou sua derrota nas urnas em 2022, alegando que seu governo fez seu trabalho, citando a realização de manifestações e o aumento dos valores do Bolsa Família.

A manifestação contou com a presença de quatro governadores, incluindo Tarcísio de Freitas (Republicanos-SP) e Cláudio Castro (PL-RJ), e parlamentares proeminentes como o senador Flávio Bolsonaro, líder do PL, Valdemar Costa Neto e o pastor Silas Malafaia. Diversos discursos foram proferidos em defesa de Bolsonaro como candidato em 2026, criticando o Supremo Tribunal Federal e pedindo anistia aos condenados. A ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro não pôde comparecer devido a um procedimento cirúrgico recente.

Bolsonaro, que enfrenta a possibilidade de se tornar réu por uma alegada trama golpista, reiterou seu apoio à anistia e mencionou histórias de pessoas presas durante os acontecimentos de 2023. A Primeira Turma do STF julgará a denúncia a partir de 25 de março. A manifestação marcou o retorno de Bolsonaro aos eventos públicos ao lado de Valdemar Costa Neto, após um período sem contato devido a investigações em curso.

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