Brasil critica ocupação de Israel na Palestina no Tribunal de Haia
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O governo brasileiro fez duras críticas à ocupação de territórios na Palestina por Israel durante uma audiência na Corte Internacional de Justiça (CIJ), em Haia, na Holanda, nesta terça-feira (20). A declaração ocorreu em meio a um evento em que 52 Estados defenderam suas posições sobre os 56 anos de ocupação israelense dos territórios palestinos.
A fala do Brasil era aguardada desde que o presidente Lula entrou em conflitos diplomáticos com Israel, ao comparar ações do país na Faixa de Gaza ao extermínio de judeus durante a Segunda Guerra Mundial. Israel considerou Lula como 'persona non grata' após os comentários feitos pelo presidente brasileiro, que classificou a resposta israelense na Faixa de Gaza como "genocídio" e "chacina".
Representantes palestinos também estiveram presentes na audiência e pediram à CIJ que declarasse ilegal a ocupação israelense em seu território, enfatizando a necessidade de um parecer consultivo da corte para contribuir com uma solução de paz duradoura. O chanceler palestino acusou Israel de décadas de discriminação e apartheid, acusações que Israel rejeita.
A Corte Internacional de Justiça (CIJ) decidiu anteriormente que Israel deveria tomar medidas para "prevenir um genocídio" na Faixa de Gaza. O julgamento foi uma resposta a um processo aberto pela África do Sul, que acusou Israel de genocídio com os bombardeios na região. Até o momento, mais de 24 mil pessoas morreram no conflito, que teve início no começo de outubro de 2023.
A África do Sul, que abriu o segundo dia de audiência, solicitou que a CIJ emita um parecer jurídico sobre a ilegalidade da ocupação israelense nos territórios palestinos, visando contribuir para um acordo de trégua. Esta não é a primeira vez que a CIJ discute questões territoriais, como no caso entre a República Democrática do Congo (RDC) e Uganda, em 2005.