Conselho de Segurança da ONU apresenta resolução para cessar-fogo em Gaza
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Após mais de cinco meses de conflito armado, o Conselho de Segurança das Nações Unidas (ONU) aprovou em 25 de junho uma resolução solicitando um "cessar-fogo imediato" na Faixa de Gaza. A iniciativa havia sido bloqueada anteriormente por diversas vezes pelos Estados Unidos. Nesta ocasião, os Estados Unidos se abstiveram de votar, aumentando a pressão sobre seu aliado israelense.
A resolução foi aprovada com 14 votos favoráveis e apenas uma abstenção, com o objetivo de estabelecer um cessar-fogo durante o mês do Ramadã, que já havia iniciado há duas semanas. A iniciativa visa conduzir a um cessar-fogo duradouro e exige a libertação imediata e incondicional de todos os reféns.
O embaixador argelino Amar Bendjama expressou sua satisfação com a aprovação da resolução, afirmando que é responsabilidade do Conselho de Segurança encerrar a violência que afetou a população palestina por mais de cinco meses. No entanto, é importante ressaltar que as resoluções vinculativas do Conselho são frequentemente ignoradas pelos Estados envolvidos.
Ao contrário do texto americano rejeitado anteriormente devido aos vetos da Rússia e da China, a nova resolução não vincula os pedidos aos esforços diplomáticos do Catar, dos Estados Unidos e do Egito. No entanto, reconhece a existência dessas negociações que visam uma trégua acompanhada de uma troca de reféns e prisioneiros palestinos.
Ao longo dos últimos dias, a Rússia e a China vetaram um projeto de resolução americano que enfatizava a necessidade de um cessar-fogo imediato em Gaza. Isso se dá no contexto das negociações para a libertação dos reféns capturados durante o ataque do Hamas contra Israel em outubro de 2023.
Alguns observadores consideram a aprovação desta resolução como uma evolução significativa na posição dos Estados Unidos, que enfrentam pressões para limitar seu apoio a Israel. A ofensiva israelense causou mais de 32.000 mortos em Gaza, segundo o Ministério da Saúde do Hamas.
Os Estados Unidos haviam se oposto sistematicamente ao termo "cessar-fogo" nas resoluções anteriores analisadas pelo Conselho de Segurança da ONU, bloqueando três textos consecutivos. No entanto, a iniciativa americana rejeitada não fazia explicitamente referência a um cessar-fogo imediato, utilizando termos considerados ambíguos pelos países árabes, China e Rússia.
A resolução resultou de negociações intensas entre os membros não permanentes do Conselho de Segurança e os Estados Unidos durante todo o fim de semana, com o objetivo de evitar outro fracasso. Além disso, o texto também faz um apelo à remoção de todos os obstáculos à ajuda humanitária.
O Conselho de Segurança da ONU está dividido há anos sobre a questão israelo-palestina. Desde outubro do ano passado, apenas duas resoluções das oito submetidas à votação sobre a Faixa de Gaza foram aprovadas. Apesar disso, a entrada de ajuda no enclave sitiado continua sendo insuficiente após cinco meses e meio de conflito. Segundo as Nações Unidas, 1,1 milhão de pessoas sofrem com a escassez de alimentos no território.
Além disso, a nova resolução condena todos os atos terroristas, mas sem mencionar especificamente os ataques do Hamas em 7 de outubro, que resultaram em pelo menos 1.160 mortes, a maioria civis, segundo dados oficiais israelenses. Do lado palestino, o número de vítimas mortais é de 32.226.
É importante destacar que nenhuma resolução aprovada pelo Conselho ou pela Assembleia Geral da ONU desde outubro do ano passado condenou especificamente o Hamas, uma ausência sistematicamente criticada por Israel.