Em meio a protestos Netanyahu se pronuncia defendendo continuidade da guerra
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Na noite do último sábado (30), Israel teve uma das maiores manifestações do país desde o início da guerra, em outubro. As manifestações reuniram dezenas de milhares de pessoas em Tel Aviv e outras partes do país. Após essa noite de protestos contra o governo, o primeiro-ministro Binyamin Netanyahu fez um pronunciamento no domingo, defendendo a necessidade de continuar a guerra na Faixa de Gaza. O líder israelense afirmou estar comprometido com o retorno dos reféns e destacou que nada irá impedir a invasão de Rafah, último refúgio para mais de 1 milhão de palestinos.
Os protestos exigiam o retorno dos sequestrados pelo grupo terrorista durante o atentado. Netanyahu declarou que aqueles que duvidam dos esforços do governo para libertar os reféns estão enganados e estão levando outras pessoas a se enganarem. Ele ressaltou que a verdadeira agonia está sendo causada às famílias dos reféns quando conhecem a verdade, mas ainda assim repetem mentiras.
O primeiro-ministro reafirmou que está fazendo tudo e continuará fazendo para trazer os entes queridos de volta para casa e defendeu que a melhor forma de resgatá-los é através de uma combinação de pressão militar e negociações. Ele também alertou para os riscos de convocar eleições neste momento, argumentando que isso paralisaria as negociações para a libertação dos reféns e colocaria fim à guerra antes que seus objetivos fossem alcançados.
Israel está prestes a completar seis meses de guerra com o Hamas na Faixa de Gaza. Familiares dos reféns se juntaram aos manifestantes contra a administração atual e o clima era de indignação. Segundo declaração do porta-voz do Fórum de Reféns e Famílias Desaparecidas, Haim Rubinstein, esses protestos representam um ponto de virada nesses seis meses de manifestações. Ele afirmou que as famílias estão cansadas e entregaram uma mensagem clara a Netanyahu: não permitiremos que você impeça um acordo.
Netanyahu alega que Israel está mostrando flexibilidade nas negociações e se comprometeu a trazer todos os reféns de volta para casa, enfatizando que não deixarão ninguém para trás. Ele concluiu o pronunciamento afirmando que, com a ajuda de Deus, vencerão juntos.
As manifestações continuam neste domingo, com milhares reunidos em frente ao Knesset, a assembleia sediada em Jerusalém. Os protestos questionam principalmente a isenção do serviço militar para os ultraortodoxos, o que tem gerado atrito na sociedade israelense. Netanyahu tinha até 31 de março para apresentar uma legislação que resolvesse essa questão, mas solicitou um adiamento de 30 dias. A Suprema Corte deu ao governo até 30 de abril para apresentar argumentos adicionais e, em uma decisão provisória, também determinou a suspensão do financiamento estatal para estudantes de seminário ultraortodoxos a partir de 1º de abril.
A oposição criticou o governo, alegando que a prioridade deveria ser dada aos reféns, aos deslocados, à gestão da guerra e à economia, em vez de se concentrar apenas em permanecer no cargo.