Ex-assessor de Bolsonaro que ficou em silêncio diz que quer falar em novo depoimento
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O coronel do Exército Marcelo Costa Câmara, ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro (PL), permaneceu em silêncio durante o depoimento à Polícia Federal (PF) nesta quinta-feira, dia 22. De acordo com a defesa dele, Câmara desejava falar, mas o advogado Eduardo Kuntz não pôde acompanhá-lo, resultando no seu silêncio.
Na sexta-feira, dia 23, um pedido de novo depoimento foi encaminhado ao ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes. A ausência de Kuntz durante o depoimento foi o motivo para a decisão de ficar calado. A Polícia Federal ouviu simultaneamente Câmara e Tércio Arnaud, que também era assessor de Bolsonaro, a fim de evitar a combinação de versões.
Câmara compareceu à PF no horário estipulado, mas sem a presença do advogado, solicitou a alteração do horário da oitiva. Mesmo com a possibilidade de prestar depoimento sem assistência advocatícia, optou por não falar e permanecer em silêncio. A defesa afirma que ele foi coagido a ficar calado.
A Comissão de Prerrogativas da OAB foi acionada sobre o caso. A defesa de Câmara reforçou o desejo do investigado em colaborar com as investigações e esclarecer os fatos. Um pedido de liberdade provisória aguarda apreciação desde o dia 14 para Câmara, que está em prisão preventiva desde 8 de fevereiro.
Marcelo Câmara e Tércio Arnaud são investigados na Operação Tempus Veritatis, que apura uma suposta tentativa de golpe de Estado por um grupo criminoso envolvendo Bolsonaro e aliados. Arnaud, apontado como integrante do "gabinete do ódio", estava com Bolsonaro no Rio de Janeiro durante a operação. Ambos prestaram depoimento, assim como Bolsonaro e outros 20 investigados, sendo que o presidente optou por ficar em silêncio.