Governo argentino nega pacto de impunidade sobre foragidos brasileiros

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O governo argentino, liderado por Javier Milei, negou qualquer pacto de impunidade com o bolsonarismo em relação aos foragidos que estiveram envolvidos no ataque às sedes dos três Poderes em Brasília. Manuel Adorni, porta-voz da Presidência, afirmou durante uma coletiva de imprensa na Casa Rosada que não existe nenhum acordo que vise a permanência dessas pessoas no país.
Adorni enfatizou que o caso dos brasileiros foragidos é uma questão judicial e não do Executivo argentino. Ele esclareceu que se a Justiça brasileira solicitar cooperação, a Justiça argentina cumprirá a lei e tomará as medidas necessárias. O governo argentino reiterou o compromisso de respeitar a ordem judicial.
Estima-se que mais de 60 foragidos relacionados à tentativa de golpe no início de 2023 estejam na Argentina. Alegando perseguição política, alguns estão recebendo assistência da Defensoria Pública Argentina.
Autoridades brasileiras estão preparando pedidos de extradição dos foragidos, que serão encaminhados em breve à chancelaria argentina através da embaixada do Brasil em Buenos Aires. No entanto, ainda não foi confirmado se essas pessoas continuam na Argentina ou se cruzaram as fronteiras.
Em busca de refúgio na Argentina, alguns foragidos passaram pelo Uruguai antes de ingressar no país. Expectativa dos foragidos era de que o governo ultraliberal de Javier Milei seria mais favorável à sua estadia. Embora a afinidade pública entre Milei e o bolsonarismo tenha diminuído desde a saída de Jair Bolsonaro do poder, Milei é considerado uma das principais personalidades da ultradireita global.
Um grupo de advogados que representa detidos após os protestos de 8 de janeiro esteve em Buenos Aires recentemente, reunindo-se com deputados da base mileísta e órgãos públicos ligados à migração. Eles defendem a concessão de asilo político a essas pessoas e solicitam que o governo argentino pressione o Brasil por um processo imparcial.
As recentes declarações da chanceler argentina, Diana Mondino, chamaram a atenção de grupos bolsonaristas. Em uma mensagem no Twitter, ela afirmou que a Argentina sempre será um santuário para aqueles que são perseguidos por exercerem sua liberdade de expressão. Embora sem um destinatário específico, a mensagem foi bem recebida por diversos grupos.
O debate em torno dos foragidos do ataque de 8 de janeiro na Argentina ocorre em um momento curioso, coincidindo com a prisão de manifestantes que participaram de um protesto próximo ao Congresso argentino no último dia 12. O presidente argentino acusou os manifestantes detidos de tentativa de golpe e atentado contra as instituições.
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