Israel bombardeia Rafah mesmo após determinação da Corte Internacional de Justiça
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No dia seguinte à decisão da Corte Internacional de Justiça (CIJ) de exigir o cessar-fogo imediato de todas as operações militares israelenses na cidade de Rafah, no sul da Faixa de Gaza, o governo israelense desobedeceu à ordem e realizou novos ataques na região. A fumaça preta foi capturada por câmeras em diversos pontos da cidade.
A CIJ é o tribunal mais alto da Organização das Nações Unidas (ONU) para resolver disputas entre Estados. Na sexta-feira (24), a corte determinou não apenas o fim das operações em Rafah, mas também a permissão para a entrada de ajuda humanitária na região.
Embora a corte não possua força policial para garantir o cumprimento das decisões, elas são consideradas obrigatórias para os Estados envolvidos. No entanto, desde a decisão da CIJ, Israel evidenciou sua recusa em mudar sua postura e continuará com os ataques. O país afirmou que respeitará o direito internacional enquanto continuar sua operação na cidade.
O ministro israelense das Finanças, Bezalel Smotrich, classificou a ordem de cessar os ataques como uma "demanda para que Israel não exista". A sentença da CIJ foi resultado de um pedido com caráter emergencial apresentado pelo governo da África do Sul ao tribunal sediado em Haia, na Holanda. O governo sul-africano acusa as forças israelenses de genocídio, uma acusação negada por Israel, que se defende afirmando ser legítima defesa.
O líder da oposição israelense, Yair Lapid, criticou duramente a medida da CIJ, chamando-a de "colapso moral e um desastre moral" por não incluir a devolução de todos os reféns pelo Hamas.
Em decisões anteriores, a corte ordenou à Israel que evitasse atos genocidas contra os palestinos e não obstruísse o fluxo de ajuda para Gaza. No entanto, não havia exigido suspensão das operações militares israelenses.
A ofensiva israelense na Faixa de Gaza foi iniciada em outubro, após militantes liderados pelo Hamas invadirem comunidades do sul do país, resultando na morte de 1.200 pessoas e na captura de mais de 250 reféns. Desde então, mais de 35 mil palestinos, na maioria civis localizados na Faixa de Gaza, foram mortos durante a ofensiva israelense, segundo o Ministério da Saúde de Gaza.