Municípios do Maranhão resistem em fornecer informações à PF sobre verbas de emendas parlamentares

Quatro municípios do interior do Maranhão se recusaram a cooperar com a Polícia Federal nas investigações sobre licitações e contratos envolvendo verbas de emendas do deputado Josimar Maranhãozinho (PL-MA, na foto) e empresas ligadas a ele. A resistência só foi quebrada após a presença física dos investigadores em cada cidade, no final do ano passado. O caso foi relatado ao Supremo Tribunal Federal (STF) pelo delegado responsável pelas apurações.

A cidade de Zé Doca, localizada a 300 quilômetros de São Luís e governada por Flávia Cunha (PL), sobrinha de Maranhãozinho, foi uma das que inicialmente se recusaram a fornecer as informações solicitadas. Porém, após a visita dos agentes da PF, a documentação foi enviada. Os outros municípios envolvidos são Maranhãozinho, Araguanã e Centro do Guilherme, sendo este último um dos locais em que a PF teve que permanecer in loco até a entrega dos documentos.

As investigações apontam que os quatro municípios receberam, juntos, o montante de R$ 15 milhões em emendas parlamentares do deputado em 2020. Suspeitas recaem sobre as emendas específicas destinadas à área da saúde nas cidades. A Procuradoria-Geral da República (PGR) solicitou perícias para analisar os contratos e licitações das empresas vinculadas a Maranhãozinho, visando verificar possíveis casos de fraude.

Josimar Maranhãozinho já foi indiciado por diversos crimes, como peculato, organização criminosa, fraude a licitação e lavagem de dinheiro em 2021. A PGR pediu a conclusão das perícias no material encontrado pela PF na investigação, com a expectativa de apresentar uma denúncia contra o deputado após analisar toda a documentação. O caso está em tramitação sob sigilo no STF.

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