STF mantém por unanimidade restrições às emendas parlamentares
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No julgamento realizado pelo STF (Supremo Tribunal Federal) nesta sexta (16), por unanimidade, ficou decidido que as restrições impostas pelo ministro Flávio Dino para o pagamento de emendas parlamentares serão mantidas. Além do próprio Flávio Dino, todos os demais ministros votaram a favor das restrições, incluindo André Mendonça, Luiz Edson Fachin, Cristiano Zanin, Alexandre de Moraes, Dias Toffoli, Luiz Fux, Cármen Lúcia, Gilmar Mendes, Nunes Marques e Luis Roberto Barroso.
No plenário virtual da Corte, os ministros analisaram as decisões individuais do ministro Flávio Dino, que determinou que a execução das emendas parlamentares deve seguir critérios de publicidade, transparência e rastreabilidade, além de ter interrompido os repasses das emendas impositivas.
De acordo com o relator Flávio Dino, há negociações entre os poderes para encontrar uma solução constitucional e de consenso. O princípio da harmonia entre os Poderes está sendo valorizado, e reuniões técnicas estão em andamento com o auxílio do Núcleo de Conciliação da Presidência do STF.
O desgaste provocado pelas medidas entre o Congresso e o STF é evidente. As emendas parlamentares são recursos do Orçamento destinados a redutos eleitorais de deputados federais e senadores. As chamadas emendas pix permitem que os parlamentares transfiram recursos diretamente para estados ou municípios, sem a necessidade de apresentação de projeto, convênio ou justificativa. No entanto, os dados da Transparência Brasil mostram que menos de 1% dos R$ 8,2 bilhões destinados às emendas pix em 2024 possuem informações sobre os beneficiários e a forma como o dinheiro será utilizado. Por outro lado, as emendas impositivas, que representam mais da metade do total das emendas para o ano, já somam mais de R$ 33 bilhões.
A suspensão da execução das emendas impositivas pelo ministro Flávio Dino determinou que os pagamentos devem ser interrompidos até que o governo e o Congresso criem novas regras para a execução do orçamento. Isso significa que o governo não é obrigado a executar uma emenda impositiva se ela não cumprir os requisitos estabelecidos.