Temperatura do planeta supera nível de referência em 1,54ºC de janeiro a setembro
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Genebra, 11 nov (EFE).- Entre janeiro e setembro deste ano, a temperatura média global subiu 1,54 graus Celsius em relação à registrada em meados do século XIX, que é considerada uma referência para evitar efeitos catastróficos sobre a natureza e os seres humanos, informou a Organização Meteorológica Mundial (OMM) nesta segunda-feira.
No entanto, o aquecimento global de longo prazo (três décadas) permanece abaixo desse limite, embora as medições também indiquem que os últimos dez anos foram os mais quentes já registrados e que as temperaturas do mar estão aumentando.
O Boletim sobre o Estado do Clima da OMM, divulgado para coincidir com a abertura da Conferência das Partes da Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP29) no Azerbaijão, indica que a extensão do gelo antártico neste ano foi a mais baixa já observada, enquanto o recuo das geleiras continua a se acelerar.
E restam poucas dúvidas de que a década de 2015 a 2024 será a mais quente já vista, portanto, só podemos esperar que o aumento do nível do mar e o aquecimento dos oceanos continuem, e que os eventos climáticos extremos causem mais danos às comunidades e às economias em todo o mundo.
O aquecimento global é definido por consenso científico como o aumento da temperatura média global da superfície, que é a temperatura média do ar próximo à superfície da terra e do oceano, calculada em um período de 30 anos, em relação aos níveis pré-industriais.
Nos primeiros nove meses deste ano, a temperatura foi influenciada não apenas pelas concentrações de gases de efeito estufa, especialmente o dióxido de carbono, mas também pelo fenômeno El Niño.
Ao divulgar os dados, a OMM não quis transmitir fatalismo e ressaltou que, embora o aquecimento mensal e anual esteja atualmente acima do limite de 1,5°C, isso não significa que a meta do Acordo de Paris não tenha sido atingida, pois as temperaturas estão sujeitas a diversas anomalias que podem causar variações significativas.
Essas anomalias incluem, por exemplo, os fenômenos El Niño e La Niña, ou erupções vulcânicas.
Apesar dessa nota de esperança, a organização, que funciona como o braço científico das Nações Unidas, reconheceu que cada fração de aquecimento é importante por seu impacto na intensidade de eventos climáticos extremos.
“As chuvas e inundações sem precedentes, os ciclones tropicais que se intensificam rapidamente, os eventos de calor mortais, a seca implacável e os incêndios florestais devastadores que vimos este ano são nossa nova realidade e um prenúncio do futuro”, disse a secretária-geral da OMM, Celeste Saulo, em comunicado. EFE
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