Carta de D. Leopoldina foi crucial para a Independência do Brasil
Mega Curioso
Apesar de sua relação conturbada e doentia com Dom Pedro I, Dona Leopoldina nunca foi definida só pelo que acontecia em seus aposentos reais, tampouco foi considerada uma coadjuvante diante de todo o cenário político que acontecia no Brasil daquela época.
Em agosto de 1822, D. Pedro I viajou para São Paulo como príncipe regente para tentar apaziguar o medo de que uma guerra civil separasse a Província de São Paulo do resto do Brasil. Grávida, Leopoldina permaneceu no Rio de Janeiro e foi nomeada pelo esposo como chefe do Conselho de Estado e Princesa Regente Interina do Brasil.
A decisão da princesa
(Fonte: Wikiwand/Reprodução)
Além de o medo da separação de São Paulo, cresceu o temor de que Portugal pudesse chamar D. Pedro I de volta, rebaixando o Brasil mais uma vez ao status de colônia. Diante disso, Leopoldina precisou agir de maneira rápida.
Em 2 de setembro de 1822, após ser aconselhada por José Bonifácio de Andrada e Silva, ela convocou a reunião do Conselho de Ministros e assinou o decreto da independência, finalmente separando o Brasil de Portugal. Contudo, ainda era necessário que seu D. Pedro I sancionasse o decreto.
Para isso, Leopoldina escreveu uma carta ao marido em que expressava toda a sua preocupação ao dizer que o Brasil estava "como um vulcão", implorando para que ele "colhesse o fruto que já estava quase em suas mãos antes que apodrecesse".
(Fonte: De Arte em Arte/Reprodução)
A princesa deixou claro que as cortes portuguesas ordenavam a partida dele e o ameaçavam com a humilhação, enquanto o Conselho de Estado orientou-o a ficar, visto que o Brasil o queria como seu monarca. Segundo Leopoldina, se eles fossem para Lisboa, estariam submetidos às mãos das cortes liberais; portanto, ele deveria anunciar a emancipação de uma vez por todas.
Em 7 de setembro de 1822, o documento chegou até D. Pedro I, o qual leu que a independência do país aconteceria com ou sem o apoio dele. Então, às 16h30, às margens do rio Ipiranga, ele declarou: “Independência ou morte!” — e foi graças à princesa Leopoldina.