#AstroMiniBR: passeio na noite gelada de Plutão e arco-íris de fogo
Tecmundo
Todo sábado, o TecMundo e o #AstroMiniBR reúnem cinco curiosidades astronômicas relevantes e divertidas produzidas pelos colaboradores do perfil no Twitter para disseminar o conhecimento dessa ciência, que é a mais antiga de todas!
Nesta semana, vamos fazer um passeio pela superfície gelada de Plutão e descobrir o que é um arco-íris de fogo! Vamos lá?
#1: A superfície montanhosa do planeta-anão mais querido do Sistema Solar
Poder observar um planeta com detalhes ainda parece, para alguns, coisa de ficção científica. Imagina, então, ver os detalhes de um planeta-anão distante mais de 7 bilhões de quilômetros de nós?! A foto panorâmica acima facilmente causa a impressão de estarmos sobrevoando as montanhas do distante Plutão. O registro foi feito pela sonda não-tripulada da NASA, a New Horizons, que saiu da Terra rumo ao planeta-anão em 2006, mas que só chegou à primeira parada da sua jornada nove anos depois, em 2015. Os registros feitos pela sonda impressionaram não apenas os cientistas, mas também o público geral devido às vistas incríveis das grandiosas montanhas de mais de dois quilômetros de altitude, aos fluxos de nitrogênio congelado, as nuvens baixas em sua atmosfera e ao seu aspecto estranhamente familiar com as regiões frias do nosso próprio planeta.
#2: A tabela periódica cósmica
Já dizia Carl Sagan: “O nitrogênio em nosso DNA, o cálcio em nossos dentes, o ferro em nosso sangue, o carbono em nossas tortas de maçã… Foram feitos no interior de estrelas em colapso, agora mortas há muito tempo. Nós somos poeira das estrelas”. De fato, o hidrogênio no nosso corpo, presente nas moléculas de água, por exemplo, surgiu logo após o Big Bang. O carbono foi feito por fusão nuclear no interior das estrelas, assim como o oxigênio. Grande parte do ferro que temos no nosso organismo foi feito durante explosões de estrelas que ocorreram bilhões de anos atrás, em eventos conhecidos como supernovas. Elementos ainda mais pesados, como o ouro presente em joias, provavelmente foram produzidos em colisões de estrelas de nêutrons que geraram uma quantidade incrível de radiação gama e de ondas gravitacionais por um curto período. A tabela periódica acima é codificada por cores para indicar a melhor estimativa que temos a respeito da origem nuclear de todos os elementos conhecidos. Porém, os locais de criação de alguns elementos químicos, como o cobre, ainda não são inteiramente bem compreendidos e são tópicos contínuos de pesquisa científica.
#3: Encélado: uma das luas mais peculiares de Saturno.
Encélado é a sexta maior lua de Saturno e é um dos objetos celestes mais característicos do Sistema Solar. As características observadas em sua superfície indicam que ela é a lua mais explosiva de Saturno. As manchas listradas apontam para uma atividade tectônica assimétrica que contém pistas sobre a estrutura interna de Encélado. Uma das melhores hipóteses é que ela pode conter mares subterrâneos onde a vida pode ser capaz de se desenvolver, o que a coloca em uma das melhores posições nos candidatos a lugar para encontrar vida fora da Terra. As imagens em alta resolução de Encélado acima foram feitas durante um sobrevoo da sonda Cassini, que orbitou Saturno entre 2004 e 2017. A razão da atividade interna de Encélado ainda é um mistério, uma vez que outras luas vizinhas e com aproximadamente o mesmo tamanho parecem bastante inertes.
#4: Um arco-íris invertido no céu!
Conhecido como arco-íris de fogo por sua aparência semelhante à de uma chama, esse evento raro é criado por cristais de gelo e não pelo fogo. Para que um arco dessa natureza seja visível, o Sol deve estar em uma posição muito específica no céu: pelo menos a 58 graus de altura em um céu onde nuvens do tipo cirros estão presentes. Nessas condições, se os pequenos cristais de gelo hexagonais e planos que compõem as nuvens cirros estiverem alinhados horizontalmente, a luz do Sol será refretada como um único e enorme prisma. A combinação exata desses fatores é bastante incomum, o que faz com que esses fenômenos sejam bastante raros. A fotografia acima foi tirada em agosto deste ano, nas cercanias da montanha de North Fork, em West Virginia, EUA.
#5: O resultado de um encontro galáctico!
A aproximadamente 15 milhões de anos-luz de distância do Sistema Solar, Centaurus A é a galáxia de núcleo ativo mais próxima do planeta Terra. Correspondendo a um diâmetro de mais de 60.000 anos-luz, essa peculiar galáxia elíptica (também conhecida como NGC 5128) é apresentada nesta belíssima fotografia obtida pelo telescópio Blanco, localizado no Observatório Interamericano de Cerro Tololo, no Chile. Centaurus A é aparentemente o resultado de uma colisão de duas galáxias normais, resultando em uma junção impressionante de aglomerados de estrelas e densas faixas de poeira escura. Nas proximidades do núcleo da galáxia estão os resquícios de detritos cósmicos que são constantemente consumidos por um buraco negro central massivo com mais de um bilhão de vezes a massa do nosso Sol. Acredita-se que, assim como ocorre em outras galáxias ativas, esse seja o processo que provavelmente gera a emissão de ondas de rádio, raios-X e raios gama por Centaurus A e que são observadas pelos nossos telescópios!