Home
Tecnologia
Cientistas criam primeiro atlas detalhado do cérebro humano
Tecnologia

Cientistas criam primeiro atlas detalhado do cérebro humano

publisherLogo
Tecmundo
13/10/2021 13h00
icon_WhatsApp
icon_Twitter
icon_facebook
icon_email
https://timnews.com.br/system/images/photos/14725141/original/open-uri20211013-19-hsgsf7?1634130298
icon_WhatsApp
icon_Twitter
icon_facebook
icon_email
PUBLICIDADE

Pela primeira vez na história, um grupo de cientistas foi capaz de criar uma espécie de atlas do cérebro, identificando os tipos de neurônios e suas funções nesse importante órgão do corpo humano. A conquista foi publicada na revista científica Nature e é o resultado de cinco anos de estudos de um consórcio de pesquisadores, incluindo neurocientistas da Universidade da Califórnia, nos Estados Unidos.

De acordo com Helen Bateup, uma das responsáveis pela pesquisa, o objetivo do estudo é entender plenamente o funcionamento do cérebro. Dessa forma, seria possível compreender melhor como a complexa rede de neurônios emite cada uma das funções do nosso organismo, bem como entender como uma disfunção nesse órgão pode causar tantos prejuízos.

Além dos benefícios claros para a saúde, os pesquisadores também almejam desvendar como o potencial do cérebro pode ser melhor aproveitado. Embora seja uma falácia a informação de que usamos apenas uma pequena porção do nosso intelecto, é fato que o ser humano poderia aproveitar ainda mais a sua capacidade cognitiva se entendesse melhor como ela funciona.

Um atlas do cérebro

O atlas do cérebro se concentrou nas partes responsáveis pelas funções motoras do órgão. (Fonte: Science/Divulgação)O atlas do cérebro se concentrou nas partes responsáveis pelas funções motoras do órgão. (Fonte: Science/Divulgação)

Na tentativa de compreender esse importante órgão do ser humano, diversos cientistas já identificaram dezenas de células cerebrais no passado. Elas geralmente são classificadas pelo seu formato, tamanho e propriedades elétricas, além dos genes que são responsáveis pela sua formação e manifestação.

Porém, os novos estudos publicados recentemente identificaram cerca de cinco vezes mais células do que as análises passadas, criando um verdadeiro mapa do cérebro. O foco dos pesquisadores, ao menos inicialmente, é compreender o complexo conjunto de células motoras, o que inclui aproximadamente 160 bilhões de células, entre elas neurônios e células de suporte chamadas glia.

“Se você pensar no cérebro como uma máquina complexa, como seria possível entender o seu funcionamento sem antes compreender a função de cada parte?”, questiona Helen Bateup. “Uma vez que nós tenhamos entendido como cada segmento do cérebro atua, poderemos ir adiante para assimilar como cada uma das partes do cérebro trabalham em conjunto”.

Os desafios por trás do estudo

O cérebro é um órgão complexo e compreender seu funcionamento pode trazer muitos benefícios. (Fonte: Tanya Daigle, do Allen Institute)O cérebro é um órgão complexo e compreender seu funcionamento pode trazer muitos benefícios. (Fonte: Tanya Daigle, do Allen Institute)

Como era de se esperar, a análise do cérebro e suas bilhões de células é um trabalho complexo e trabalhoso. Para ajudar nisso, a tecnologia desempenha um papel importante e diversos recursos foram utilizados para ajudar na pesquisa, como Machine Learning, Inteligência Artificial e uma técnica nova chamada de transcriptômica, que é utilizada para medir a concentração de moléculas de RNA mensageiro (ou mRNA).

Esse “censo celular” também é desafiador por se tratar de um órgão que exige muito cuidado. Não dá para investigar o cérebro da mesma forma que analisamos o rim ou o estômago, por exemplo. Por conta disso, diferentes espécies de mamíferos foram utilizadas no estudo, como macacos e camundongos, mas sem que isso representasse risco para os espécimes participantes do estudo.

Com base nesse atlas do cérebro humano, os cientistas esperam ajudar a criar novos tratamentos para doenças neuropsiquiátricas e neurológicas. “Ao ter uma maior compreensão de quais células são mais vulneráveis para as doenças cerebrais, poderemos entender melhor como tratar as próprias enfermidades”, diz Ed Lein, outro cientista envolvido nesse estudo.

ARTIGO Nature

Esse texto não reflete, necessariamente, a opinião do TIM NEWS, da TIM ou de suas afiliadas.
icon_WhatsApp
icon_Twitter
icon_facebook
icon_email
PUBLICIDADE
Confira também