Estudo usa vírus para destruir câncer em humanos pela primeira vez
Tecmundo
Na última terça-feira (17), as empresas americanas de saúde Imugene Limited e City of Hope anunciaram o início do primeiro estudo experimental com humanos para testar um vírus que pode destruir células cancerígenas no corpo. A primeira fase do ensaio clínico foi realizada e um paciente foi dosado com o vírus CF33-hNIS (Vaxinia), que já demonstrou reduzir tumores de cólon, pâncreas, ovário, mama em outros testes realizados com animais.
O CF33-hNIS é um vírus oncolítico, ou seja, é geneticamente modificado para ajudar o organismo a destruir células cancerígenas. Basicamente, ele entra no corpo e explode as células identificadas como cancerígenas, liberando partículas virais que estimulam o sistema imunológico a continuar atacando outras células cancerígenas. A ação do vírus já havia sido aprovada em animais, mas é a primeira vez que o estudo é realizado em humanos.
A fase 1 do teste experimental fornecerá baixas doses do vírus a pacientes com tumores sólidos metastáticos ou câncer avançado, contudo, eles já devem ter realizado outras duas formas de tratamentos comuns. A aplicação é realizada via intravenosa ou por injeção diretamente nos tumores.
O vírus foi modificado geneticamente para infectar e matar as células cancerígenas
Vírus destruidor de câncer
“Nossa pesquisa anterior demonstrou que os vírus oncolíticos podem estimular o sistema imunológico a responder e matar o câncer, bem como estimular o sistema imunológico a ser mais responsivo a outras imunoterapias, incluindo inibidores de checkpoints”, disse o médico, professor e principal investigador do estudo, Daneng Li.
Os pesquisadores preveem recrutar 100 pacientes em 10 locais de estudos selecionados nos Estados Unidos e na Austrália, onde operam as companhias City of Hope e Imugene Limited, respectivamente.
Após o tratamento dos primeiros pacientes do estudo, o objetivo dos pesquisadores é combinar a aplicação do vírus com o medicamento pembrolizumab, que visa a melhorar a imunidade do sistema imunológico. Por enquanto, a pesquisa está programada para durar aproximadamente 24 meses.