Fundação de Zuckerberg financia pesquisa brasileira em neurociência
Tecmundo
Um projeto de pesquisa brasileiro está entre os 17 escolhidos para receber financiamento da Chan Zuckerberg Iniciative. Única iniciativa selecionada com pesquisas realizadas na América Latina, o estudo vai criar um “atlas celular” do cérebro infantil. O objetivo é ajudar a compreender, prevenir e tratar doenças da infância.
Inovadora, a pesquisa realizada por Diogo Troggian Veiga, Fernando Cendes e Iscia Lopes Cendes, da Unicamp, em parceria com Claudia Kleinman, da Universidade McGill (Canadá), vai analisar geneticamente as células de tecidos saudáveis de cinco regiões diferentes dos cérebros de sete crianças doadoras.
No estudo, informações sobre detalhes complexos das funções cerebrais serão obtidas por meio de tecnologias avançadas, conhecidas como single-cell. Assim, será possível investigar o que se passa em cada uma das células de um tecido, separadamente.
Os resultados do estudo serão de livre acesso a pesquisadores, por meio do Human Cell Atlas — um consórcio científico com mais de 2 mil membros em 75 países, que compartilha informações sobre o corpo humano. As referências devem ajudar a compreender melhor o cérebro infantil, seu desenvolvimento e o surgimento e progressão de doenças.
Os pesquisadores da Unicamp fazem parte do Instituto Brasileiro de Neurociência e Neurotecnologia (BRAINN), um centro de pesquisa financiado pela Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (FAPESP). O BRAINN é especializado em soluções de neurociência e busca melhorar o tratamento e a prevenção de doenças cerebrais como epilepsia e acidente vascular cerebral (AVC). O instituto conta com alguns dos mais renomados pesquisadores em neurociências do Brasil e do mundo.
Já a Fundação de Mark Zuckerberg, criada em 2015, busca ajudar a erradicar doenças e melhorar a educação, além de dar suporte a comunidades menos favorecidas. Segundo o site da entidade, sua missão é construir um futuro mais inclusivo, justo e saudável para todos. No total, os 17 estudos selecionados pela fundação irão receber mais de US$ 30 milhões de dólares em financiamento.