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InSight: Marte possui um núcleo maior, menos denso e mais líquido
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InSight: Marte possui um núcleo maior, menos denso e mais líquido

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Tecmundo
23/07/2021 18h21
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A sonda InSight da NASA revelou que Marte possui uma estrutura interna muito diferente das características apontadas pela comunidade científica até então. Devido à impossibilidade de retirar amostras, a agência espacial analisou os dados recebidos sobre "martemotos" — terremotos no Planeta Vermelho — e mostrou que o planeta possui uma crosta espessa e uma camada de manto subjacente fina — resultando em um núcleo maior, menos denso e mais líquido que o esperado.

Tais características sugerem que Marte pode ter se formado milhões de anos antes da Terra, momento em que o Sol ainda passava por um processo de condensação a partir de uma nuvem de gás brilhante. Essas informações foram combinadas com dados da física mineral encontrada no manto, entregando a estimativa de que o tamanho do núcleo marciano tem um raio em torno de 1.830 quilômetros, pouco mais da metade de seu raio total.

Na evolução planetária, iniciada com o acúmulo de poeira espacial, materiais mais leves são levados para a superfície, ao passo em que componentes mais pesados afundam em direção ao centro do planeta. Novas pesquisas afirmaram que o núcleo marciano deve conter altas concentrações de enxofre e outros elementos leves. Isso porque, em experimentos, compostos de ferro líquido com enxofre não se solidificam nas mesmas pressões e temperaturas encontradas em Marte. 

Representação da estrutura interna de MarteRepresentação da estrutura interna de Marte

Dessa forma, os cientistas acreditavam que rochosos como Marte possuíam um núcleo rico em ferro, seguido por um manto e uma crosta — com espessura agora determinada entre 24 e 72 quilômetros. Acredita-se também que a litosfera tenha um tamanho entre 400 e 600 quilômetros, camada mais espessa que qualquer outra do tipo existente na Terra. 

Tal característica implica uma concentração maior de elementos produtores de calor radioativo, o que pode ajudar a explicar o motivo de não existir um campo magnético em todo o planeta. Essa falta traz outras consequências para uma futura exploração tripulada, pois serão necessários equipamentos mais resistentes aos ventos solares.

A nave espacial pousou em 2018 e contém um sismômetro capaz de detectar as mais sensíveis vibrações. Com base nesse aparelho, foi possível criar um mapeamento do interior de Marte — o primeiro já feito em outro planeta. 

Lá, não existem placas tectônicas, o que levou os pesquisadores a levantar a hipótese de que as vibrações observadas desde o início da missão podem ser resultado de meteoritos que atingiram a superfície ou então de outros processos internos na litosfera. Entretanto, destacaram que é difícil confirmar essa teoria, pois o instrumento está sujeito à variação do clima — impactado por períodos com muitos ventos, capazes de influenciar os dados. 

Além disso, interações químicas e térmicas da crosta marciana com a atmosfera podem ajudar a definir condições para a possível existência de vida no Planeta Vermelho.

Esse texto não reflete, necessariamente, a opinião do TIM NEWS, da TIM ou de suas afiliadas.
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