Pesquisadores são presos por falsificar testes de remédios nos EUA
Tecmundo
Falsificar dados clínicos de testes com medicamentos para fingir que eles são eficazes dá cadeia, pelo menos nos Estados Unidos. Um juiz federal da Flórida condenou recentemente dois funcionários de um centro de pesquisa do condado de Miami – o Tellus Clinical Research – à prisão, por divulgarem estudo fraudulento sobre um remédio para tratamento da síndrome do intestino irritável.
Eduardo Navarro, 52 anos, subinvestigador de estudo clínico, e Nayade Varona, de 50 anos, coordenadora assistente, foram condenados a 46 meses e 30 meses de prisão, respectivamente, pelo juiz distrital Jose E. Martinez, do Distrito Sul da Flórida. O tribunal também determinou o pagamento de uma multa de US$ 2.134.503 (cerca de R$ 11,8 milhões) a título de ressarcimento de danos.
Tribunal do Distrito Sul da Flórida. (Fonte: US Department of Justice/Reprodução.)
As fraudes cometidas nos ensaios clínicos
A fraude foi apurada pelo escritório de investigações criminais da agência reguladora de medicamentos e alimentos dos EUA, a Food and Drug Administration (FDA). Mais quatro pessoas estão sendo processadas, entre elas o médico Martin Valdes, que é o dono da Tellus. Navarro e Varona revelaram, como parte de seus acordos com a promotoria, que conspiraram com terceiros para falsificar dados de dois ensaios clínicos com registros médicos espúrios.
Entre as falcatruas cometidas pela dupla estão: inscrição de pacientes não elegíveis para o ensaio, falsificação de resultados laboratoriais e registros médicos, além de atestados de que determinados participantes estavam regularmente tomando seus medicamentos, quando eles não estavam.
Afirmando que “falsificar dados de ensaios clínicos põe em risco a saúde pública”, o Procurador da República Juan Antonio Gonzales ratificou que informações clínicas falsas são um grande risco para que pesquisadores consigam avaliar corretamente a segurança e a eficácia de novos medicamentos.