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Transplante de fezes reverte envelhecimento em cérebro de ratos
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Transplante de fezes reverte envelhecimento em cérebro de ratos

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Tecmundo
12/08/2021 16h00
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Uma pesquisa publicada no periódico Nature Aging na segunda-feira (9) mostrou que o transplante da microbiota fecal – conjunto de microrganismos que vive no intestino – em roedores é capaz reverter o envelhecimento das células cerebrais. 

O estudo foi conduzido para reforçar a importância dos microrganismos da flora intestinal e teve como resultado surpreendente o rejuvenescimento do cérebro de ratos.

A microbiota fecal tem ganhado evidência no meio científico nas últimas décadas exatamente por conta de sua importância para o nosso organismo. Pesquisas indicam que nós possuímos mais genes de outros microrganismos do que os nossos próprios, e que esse ecossistema presente em nossos intestinos é capaz de prevenir doenças, tumores e infecções.

Transplante de fezes em ratos

O transplante da microbiota fecal de ratos apresentou resultados surpreendentes (Fonte: Pexels)O transplante da microbiota fecal de ratos apresentou resultados surpreendentes (Fonte: Pexels)

Para entender a importância dos microrganismos do intestino, os cientistas transplantaram a microbiota fecal de ratos jovens (com idade entre 3 e 4 meses) para roedores mais velhos (com até 20 meses de vida) – e vice-versa.

Os animais foram divididos em dois grupos; seus comportamentos e diversos sinais vitais foram observados durante algum tempo. O que surpreendeu os pesquisadores foi identificar que os ratos mais velhos – aqueles que receberam as fezes dos roedores mais jovens – começaram a apresentar menos ansiedade, desempenho cognitivo acima da média e, principalmente, menos inflamações.

O resultado ficou evidente ao observar o hipocampo – região do cérebro associada à memória e à aprendizagem – dos ratos mais velhos. A estrutura passou a ter uma composição física e química similar à encontrada nos roedores jovens, o que resultou em uma capacidade maior de se lembrar da solução de testes aplicados aos animais – como aqueles labirintos pelos quais os ratos precisam atravessar.

“É quase como se pudéssemos apertar o botão para reverter o processo de envelhecimento”, disse John Cryan, neurocientistas que conduziu o estudo na University College Cork.

Processos inflamatórios e envelhecimento

Ao envelhecermos, os processos inflamatórios se tornam um dos principais fatores da morte celular. (Fonte: Pexels)Ao envelhecermos, os processos inflamatórios se tornam um dos principais fatores da morte celular. (Fonte: Pexels)

A resposta para esse resultado está na diminuição das respostas inflamatórias. De alguma forma que os cientistas ainda não conseguem explicar, a nova microbiota fecal transplantada nos roedores diminuiu consideravelmente a inflamação no organismo dos ratos mais velhos.

Do ponto de vista natural, o processo inflamatório é uma resposta do organismo a um agente invasor ou algum tipo de patologia. A inflamação, portanto, ajuda o sistema imune a eliminar potenciais problemas em nosso corpo, protegendo-nos em diversas circunstâncias.

Entretanto, à medida que avançamos em idade, a resposta inflamatória começa a ficar disfuncional e se torna um dos principais fatores fisiológicos para a morte celular – e consequente envelhecimento. A doença de Alzheimer, por exemplo, tem forte relação com processos inflamatórios que acontecem no cérebro.

Por esse motivo, a descoberta na redução da inflamação – ao menos em ratos – é um resultado animador. A diminuição no estresse e ansiedade são outros traços positivos e que também podem ser associados ao rejuvenescimento dos roedores.

Resultados preliminares

Embora a resposta desse transplante de fezes possa ter sido positiva, os cientistas destacam que os resultados ainda são preliminares. É preciso ter muita cautela ao avaliar os reais impactos da microbiota jovem em indivíduos mais velhos, especialmente porque o organismo de ratos não é idêntico ao de seres humanos.

Ainda que os nossos amigos roedores sejam bastante semelhante a nós em diversos aspectos, os pesquisadores reforçam que essa é apenas uma evidência – entre várias – da importância que  amicrobiota também tem para os humanos.

ARTIGO Nature Aging: doi.org/10.1038/s43587-021-00093-9

Esse texto não reflete, necessariamente, a opinião do TIM NEWS, da TIM ou de suas afiliadas.
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