Carros franceses desvalorizam menos do que a média
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A Mobiauto detalha o comportamento de mercado de seminovos dos principais veículos fabricados pelas três marcas de origem francesa no Brasil. Não é a primeira vez que a empresa apura a variação de preços desses modelos. Em maio de 2022, a plataforma pesquisou os valores dos principais carros e comerciais leves de Renault, Peugeot e Citroën.
À época, interpretando essa imensa base de dados, os analistas trouxeram um levantamento que coroou o predomínio da Renault, marca que possuía o lineup mais amplo e volumes de vendas mais expressivos, com menção especial ao Peugeot 208 e um mau resultado do único Citroën que havia entrado na pesquisa, o C4 Cactus.
Desta vez, Peugeot e Citroën melhoraram seus resultados e, matematicamente, até surpreenderam, visto que sempre houve um preconceito generalizado com os carros usados dessas três marcas, sendo atribuída sempre uma perda percentual acima da média do mercado. E ocorreu o inverso: o mercado global de seminovos (2023, 2022 e 2021) perdeu 9,64% de dezembro de 2022 ao mesmo mês de 2023. Se computados somente as variações dessas três marcas francesas, a média foi de 8,13% nesta nova pesquisa.
Dos 10 veículos que menos perderam cotações, a Renault havia obtido a proeza, em 2022, de incluir nove modelos, com o Peugeot 208 completando o ranking. E foram justamente os modelos da Peugeot que melhoraram significativamente sua performance, com quatro carros entre os 10 melhores – a Renault foi responsável por seis modelos.
“A performance do Peugeot 208 Griffe foi muito boa, visto que foi um dos únicos dois modelos, em um universo de 75 versões pesquisadas, que apontou valorização. E não foi pequena: ganhar 5% na cotação em um mercado que caiu 9,6% na média, é um feito para ser parabenizado”, avalia o economista Sant Clair Castro Jr., consultor automotivo e CEO da Mobiauto.
A Peugeot melhorou tanto que, na média das três marcas, roubou o título de “melhor marca francesa”, com índice de 7,36% de depreciação no decorrer de 2023. A Renault perdeu 8,42% e a Citroën, 8,85%. “Não há como negar a evolução da imagem de Peugeot e Citroën, possivelmente pela assimilação por parte dos consumidores de que as duas marcas pertencem ao Grupo Stellantis, que, por incluir marcas de volume (Fiat) e premium (Jeep e RAM) de sucesso, amplia a confiança nas duas francesas”, opina o consultor.
Outro ponto que a favorece é a presença em poucos segmentos, tornando seus resultados mais previsíveis. A Peugeot compôs seu índice praticamente baseado só em dois modelos, o 208 e o 2008, com uma outra versão do Expert e do 3008. O mesmo aconteceu com a Citroën, que só formou sua média com o C4 Cactus e uma única cotação do Jumpy.
Sant Clair acredita que, por este motivo, o destaque corporativo positivo de todo o levantamento continue sendo a Renault. “Essa marca é composta por uma linha plural, que vai desde o hatch de entrada até o furgão de carga, passando por hatches, sedãs, SUVs e picapes. É um lineup que foi estabelecido para brigar com as maiores montadoras do país. Por isso, a homogeneidade nos índices é um sinal extremamente positivo”, destaca.