Home
Tecnologia
Cientistas criam 'ratos peludos' modificados, semelhantes a mamutes
Tecnologia

Cientistas criam 'ratos peludos' modificados, semelhantes a mamutes

publisherLogo
Aventuras Na História
05/03/2025 13h30
icon_WhatsApp
icon_facebook
icon_email
https://timnews.com.br/system/images/photos/16476620/original/open-uri20250305-18-u0zzxd?1741181821
©Divulgação/Colossal
icon_WhatsApp
icon_facebook
icon_email
PUBLICIDADE

Há anos, cientistas genéticos de todo o mundo estudam a possibilidade de trazer de volta à vida os antigos mamutes-lanosos. E em meio aos esforços e estudos para tal, pesquisadores conseguiram criar recentemente "camundongos lanosos" geneticamente modificados, com pelos grossos semelhantes aos dos ancestrais da era glacial dos elefantes.

A responsável pelo desenvolvimento, a empresa de biotecnologia Colossal Biosciences, revelou imagens dos novos ratos modificados na última terça-feira, 4. Em declaração à Live Science, a empresa pontua que pretende trazer os mamutes-lanosos de volta até 2028.

Na verdade, começamos esse trabalho em camundongos em setembro [de 2024]", afirma em declaração o cofundador e CEO da Colossal, Ben Lamm. "Não sabíamos que eles seriam tão fofos".

Para recuperar os mamutes, os pesquisadores pretendem primeiro editar as células dos parentes vivos mais próximos, os elefantes asiáticos, a fim de desenvolver embriões híbridos de elefante-mamute, com pelos desgrenhados e outras características próprias dos ancestrais.

Porém, antes de trabalhar com elefantes, cuja gestação dura cerca de 22 meses, os cientistas devem testar diferentes edições genéticas e ferramentas de engenharia em camundongos, que além de serem mais fáceis de se manter, possuem uma gestação mais rápida, de apenas 20 dias.

Graças à gestação rápida, os pesquisadores puderam projetar, clonar e cultivar os "camundongos lanosos" em apenas seis meses. Os resultados da pesquisa foram descritos em um estudo publicado na BioRxiv.

Camundongos geneticamente modificados / Crédito: Divulgação/Colossal

Modificações

Para desenvolver os camundongos lanosos, os cientistas realizaram alterações em sete genes, dos quais seis se relacionavam diretamente à textura, comprimento e cor do pelo. "Não pegamos genes de mamute e os colocamos em um camundongo", pontua Beth Shapiro, bióloga evolucionista e diretora científica da Colossal, ao Live Science. "Procuramos as variantes de camundongo dos genes que achamos úteis em mamutes e então criamos camundongos que têm muitas dessas edições simultaneamente".

Conforme descrito pelos pesquisadores, a maioria das edições apenas "desligou" genes que geralmente são ativos. Exemplo disso é o gene FGF-5, que regula o comprimento do pelo — que, após a modificação, gerou camundongos com pelo três vezes maior que o comum.

Além disso, a equipe também incluiu outras mutações que os mamutes-lanosos possuíam, como um pelo mais ondulado; além de modificarem um gene que regula o metabolismo de gordura e absorção de ácidos graxos, visto que a sobrevivência dos mamutes em climas frios se devia muito aos depósitos de gordura que tinham sob a pele.

Camundongo modificado e comum, lado a lado / Crédito: Divulgação/Colossal

Até agora, ainda não está claro se esses novos camundongos realmente conseguem tolerar condições mais frias que camundongos comuns, mas os pesquisadores pretendem realizar testes nos próximos meses. "Sabemos que as edições estão lá, então agora só precisamos testar qual nível de tolerância ao frio elas conferem", afirma Lamm.

Por mais que os cientistas tenham obtido sucesso ao criar os "camundongos lanosos", o que pode ser um passo a mais em direção ao objetivo de recuperar os mamutes, ainda há uma série de obstáculos a serem superados.

Por exemplo, a tecnologia empregada na engenharia dos camundongos é extremamente avançada, mas ainda bastante longe do necessário para que resultados semelhantes sejam obtidos com elefantes. Além disso, outro detalhe é que os camundongos naturalmente possuem grande densidade de pelos, enquanto os elefantes não o possuem, o que indica grandes desafios que ainda devem ser superados.

Esse texto não reflete, necessariamente, a opinião do TIM NEWS, da TIM ou de suas afiliadas.
icon_WhatsApp
icon_facebook
icon_email
PUBLICIDADE
Confira também