Estudo confirma uso de alucinógenos na Idade do Bronze
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Um artigo científico publicado pela revista Nature nesta quinta-feira, 6, revela a primeira evidência direta de uso de drogas alucinógenas pelos povos que habitavam o continente europeu durante a Idade do Bronze.
A conclusão foi alcançada após a análise de fios de cabelo encontrados na caverna Es Càrritx, localizada na Espanha, que teria sido ocupada no período entre 3.600 e 2.800 anos atrás.
As mechas, que tinham 3 mil anos, estavam em uma câmara funerária, tendo sido tingidas de vermelho e colocadas dentro de potes de madeira, o que sugere terem sido parte de algum ritual antigo.
Através do uso de tecnologias de ponta, os autores da pesquisa descobriram em três amostras diferentes a presença de entorpecentes naturais originados de mais de uma planta. As informações foram repercutidas pelo Phys.org.
Duas das substâncias identificadas eram típicas da família da beladona, que possui propriedades sedativas e alucinógenas (podendo induzir delírios, alterações sensoriais e alucinações visuais e auditivas). Uma terceira substância, por sua vez, consistia em um estimulante que pode ser encontrado em certas espécies de pinheiros e arbustos.
Uso ritualístico?
A hipótese dos pesquisadores é que as plantas medicinais alteradoras de consciência teriam sido consumidas pelas populações que viviam na região dentro de um contexto cerimonial— isto é, durante rituais conduzidos por xamãs.
Vale apontar que, anteriormente, arqueólogos já haviam encontrado resquícios de vegetais com propriedades entorpecentes em recipientes da Idade do Bronze, mas a identificação das substâncias vindas desses vegetais em fios de cabelos humanos fornece uma evidência mais concreta deste consumo de drogas.
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