T-rex: A teoria que tenta explicar a característica inusitada do dinossauro
Aventuras Na História
O Tyrannosaurus rex, um dos dinossauros mais emblemáticos da era mesozóica, é frequentemente lembrado por sua imponente figura e características físicas marcantes. Frequentemente, ele é o animal que vem a cabeça quando escutamos falar da franquia de filmes "Jurassic Park".
Entre as características, destaca-se a peculiaridade de seus membros anteriores, que são notavelmente curtos em comparação com seu corpo robusto. Essa característica tem intrigado paleontólogos e entusiastas da paleontologia por décadas, levando a diversas teorias.
No entanto, uma abordagem sobre essa questão foi apresentada por Kevin Padian, professor da Universidade da Califórnia em Berkeley em 2022. Em um estudo publicado no periódico Acta Palaeontologia Polonica no dia 30 de março daquele ano, Padian propõe uma teoria para a morfologia dos braços do T. rex.
A redução
Segundo ele, a redução no comprimento dos membros superiores pode ter sido uma adaptação evolutiva destinada a evitar amputações acidentais ou intencionais durante alimentações em grupo.
Padian argumenta que quando vários T. rex se reuniam em torno de uma carcaça para se alimentar, a proximidade entre suas cabeças massivas e mandíbulas poderosas poderia representar um risco significativo.
"E se vários tiranossauros adultos atacarem uma mesma carcaça? Você tem um monte de crânios enormes, com mandíbulas e dentes incrivelmente poderosos, rasgando e mastigando carne e osso bem ao seu lado. Eles podem tentar te afastar cortando seu braço", explicou Padian, em comunicado. "Assim, pode ser um benefício reduzir os membros superiores, já que você não os está usando de forma predadora de qualquer maneira."
Dessa forma, a diminuição dos braços do dinossauro poderia ter proporcionado uma vantagem ao reduzir as chances de danos durante esses encontros potencialmente violentos.
Teorias
Historicamente, uma das primeiras teorias sobre a função dos braços curtos do animal foi proposta por Barnum Brown e Henry Fairfield Osborn, que sugeriram que esses membros poderiam atuar como "clásperes peitorais", ajudando na cópula entre os animais da espécie. No entanto, Padian refuta essa hipótese ao apontar que os braços são desproporcionais e insuficientes para exercer controle sobre um parceiro durante o acasalamento.
Ainda assim, o paleontólogo reconhece que qualquer teoria sobre as adaptações morfológicas do T. rex enfrenta desafios significativos devido à falta de evidências diretas após 66 milhões de anos da extinção desses animais.
"O que eu queria fazer primeiro era estabelecer que as ideias funcionais predominantes simplesmente não funcionam", continuou Padian. "Isso nos leva de volta à estaca zero. Assim, podemos adotar uma abordagem integrativa, pensando na organização social, comportamento alimentar e fatores ecológicos, além de considerações puramente mecânicas."