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Japão vai despejar água da usina de Fukushima no oceano; há riscos?
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Japão vai despejar água da usina de Fukushima no oceano; há riscos?

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Tecmundo
08/03/2023 20h00
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Em março de 2011, o terremoto mais poderoso registrado na história do Japão causou o desastre na central nuclear de Fukushima I, após interromper o fornecimento de eletricidade e colapsar três dos reatores em funcionamento — o evento causou a morte de mais de 18 mil pessoas. Agora, o país planeja liberar toneladas de água tratada recolhida na central nuclear para o oceano Pacífico.

FukushimaTanques com a água que era usada nos reatores da usina nuclear de Fukushima, no Japão (Getty Images)

Um total de 1,3 milhão de toneladas de água, usada no processo de resfriamento dos reatores de Fukushima, pode ser despejado no oceano pacífico — a quantidade está em mais de mil tanques e pode encher até 500 piscinas olímpicas. O problema é que os países vizinhos do Japão não estão muito contentes em saber que a “água contaminada” será derramada no oceano.

Além disso, como a usina foi construída no mesmo nível do lençol freático, um grande volume de água abaixo do solo continua sendo contaminado diariamente — todos os dias, ocorre a contaminação em 140 mil litros. Por isso, o governo japonês utiliza um processo chamado Sistema Avançado de Processamento de Líquido (ALPS) para realizar o tratamento necessário, que pode ser realizado diversas vezes até deixar a água nos padrões legais.

O processo de descontaminação da água não é capaz de remover o trítio, um elemento radioativo. Ao todo, é necessário esperar até 12 anos de meia vida para o trítio evaporar da água, contudo, o Japão despejará a água respeitando o padrão estabelecido pela Organização Mundial de Saúde, de até 10.000 Bq por litro — a água tratada da usina tem apenas 1.500 Bq por litro, então, está no padrão.

O acidente nuclear de Fukushima, em 2011, é considerado o pior desastre desde Chernobyl, afetando três dos seis reatores nucleares da usina.O acidente nuclear de Fukushima, em 2011, é considerado o pior desastre desde Chernobyl, afetando três dos seis reatores nucleares da usina.

“No momento em que o líquido for diluído com água do mar, os níveis de trítio estarão abaixo de 1.500 becquerels por litro, ou 1/40 do padrão do governo para descarga de água no meio ambiente”, disse o funcionário da Tepco, empresa que supervisiona a descontaminação e descomissionamento da central nuclear, Hikaru Kuroda.

Originalmente, a aprovação da liberação da água aconteceu há dois , contudo, as autoridades japonesas ainda estavam realizando o processo de tratamento da água e remoção dos elementos radioativos. Segundo as informações, a descarga de água no Oceano Pacífico deve ser realizada entre março e agosto deste ano.

“Levamos a sério as preocupações de outros países, e é por isso que estamos usando todas as oportunidades possíveis para explicar o plano de quitação a eles. Assumimos o compromisso de descartar a água sem prejudicar o meio ambiente ou a saúde humana. Descrever a água como contaminada é errôneo, pois implica que ela prejudicará o meio ambiente”, disse um funcionário do Ministério das Relações Exteriores, Ayako Ogino, em mensagem enviada ao The Guardian.

Enquanto os ambientalistas e organizações de países vizinhos têm medo da ação contaminar a água do oceano Pacífico, grupos da indústria e cientistas nucleares dizem que as águas residuais de outras usinas já realizaram processos semelhantes com impactos mínimos. O cientista de materiais nucleares Nigel Marks, da Universidade Curtin, na Austrália, afirma que o despejamento da água tratada é a coisa certa a se fazer, pois a diluição da água radioativa no oceano visa oferecer níveis seguros de radiação.

Esse texto não reflete, necessariamente, a opinião do TIM NEWS, da TIM ou de suas afiliadas.
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