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Pandemia ou epidemia? Saiba as diferenças e como lidar com cada situação
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Pandemia ou epidemia? Saiba as diferenças e como lidar com cada situação

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Anamaria
26/02/2024 18h51
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©Karolina Grabowska/Pexels
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A saúde voltou a tomar conta do noticiário com a recente alta nos casos de dengue - o Brasil ultrapassa meio milhão de casos registrados em 2024, segundo o Ministério da Saúde. Neste cenário, é considerado pandemia ou epidemia?

Antes de mais nada, precisamos entender a diferença entre os dois termos! A primeira nomenclatura voltou à tona nos últimos anos, quando o mundo enfrentou a covid-19. A doença deixou cerca de 15 milhões de mortos, conforme dados da Organização Mundial da Saúde (OMS).

Ou seja, apenas a quantidade de vítimas dita a maneira com que as doenças são denominadas, certo? Não! Então, afinal, quando chamar de pandemia ou epidemia? É o que AnaMaria te conta.

Para isso, conversamos com a médica Christianne Takeda, infectologista da Hapvida NotreDame Intermédica. A especialista explica a diferença entre os termos e também como lidar em cada uma das situações.

O QUE É?

  • Epidemia: É a transmissão rápida de uma doença a um elevado número de pessoas numa determinada comunidade, população ou região. É neste cenário que se enquadra a dengue, por exemplo.
  • Pandemia: É uma epidemia em escalas maiores. Ou seja, ocorre numa vasta área geográfica e ao mesmo tempo afecta um número extremamente elevado de pessoas na população.

Geralmente atravessa nações, move-se rapidamente e ultrapassa fronteiras. Normalmente, a doença se espalha por vários países ou continentes. Como exemplo, a pandemia do covid-19.

Além das consequências na saúde, outras áreas também são afetadas, como a economia. Em ambos os casos o estrago é grande: milhares de mortes, hospitais superlotados e com número insuficiente de profissionais para lidar com tanta gente ao mesmo tempo

COMO LIDAR COM ELAS?

Na pandemia, as medidas rigorosas de saúde são em larga escala. As medidas para conter a propagação da doença incluem testes, quarentena, campanhas de vacinação e até mesmo restrição de viagens. 

Na epidemia, a resposta consiste em quarentena local, campanha de informação, vigilância, testes laboratoriais e tratamento e esforço coletivo onde governos locais.

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EPIDEMIA PODE SE TORNAR UMA PANDEMIA?

De acordo com Takeda, sim. Porém as chances são baixas e a depender da doença. Mas como evitar que uma epidemia se torne uma pandemia? A especialista cita alguns fatores:

  • Detecção precoce e resposta rápida, através da:
  • Criação de redes de vigilância eficazes que detectem e notifiquem surtos nas suas fases iniciais.
  • Realização de testes para encontrar indivíduos com esta doença e rastrear os respectivos contatos.
  • Auto-isolamento dos indivíduos e tratamento rápido dos contagiosos para cortar a cadeia de transmissão.
  • Medidas de contenção, como nos casos de transmissão por gotículas da doença de uma pessoa para outra:
  • Condução de estratégias de contenção geograficamente direcionadas, como as zonas de quarentena e as restrições de viagem nas áreas afetadas em casos mais extremos.
  • Implementação de medidas adicionais de distanciamento social, máscaras obrigatórias e limitação do número de reuniões para reduzir a transmissão.
  • Estabelecer boas práticas de higiene como lavagem das mãos e etiqueta respiratória são de suma importância.
  • Vacinação e intervenções médicas:
  • Desenvolver e distribuir vacinas dirigidas contra a doença, se possível.
  • Fornecer assistência médica combinada com cuidados de suporte aos pacientes para diminuir as taxas de gravidade e mortalidade.
  • Conscientização e educação da população:
  • Fornecer informações corretas através dos meios de comunicação, serviços comunitários e prestadores de cuidados de saúde sobre a doença, como ela se espalha e como preveni-la ao público.
  •  Ativar as pessoas para que sigam as orientações de saúde pública e procurem atendimento médico caso percebam tais sintomas.
  • Cooperação internacional:
  •  Trabalhar com outros países e organizações internacionais para partilha de dados, recursos e conhecimentos.
  •  Coordenar os esforços para limitar a propagação da doença através das fronteiras e, assim, evitar a sua dispersão global.

Para a infectologista, as epidemias podem ser controladas e terem seus impactos minimizados com estas ações. Desta forma, reduzindo a chance de tornar-se uma pandemia: “No entanto, o sucesso depende fortemente de iniciativas coordenadas e sensíveis ao tempo por parte do governo, dos sistemas de saúde, das comunidades e dos indivíduos”.

A DENGUE PODE VIRAR UMA PANDEMIA?

Além da recente explosão de casos em território brasileiro, a dengue vem afetando o resto do globo nos últimos meses. As taxas de contaminação estão aumentando em todo o mundo: o sul da Europa, países da África e EUA também registram aumento nos casos.

Por isso, há uma preocupação: a dengue pode virar uma pandemia? Para a especialista, a chance é relativamente baixa. Isso porque a propagação é dificultada - ou facilitada - em certas épocas do ano e em regiões específicas.

Ao contrário das gotículas contagiosas entre humanos contaminados com a covid-19, o Aedes aegypti, mosquito transmissor da dengue, não sobrevive em algumas circunstâncias.

pandemia ou epidemia covid
Dengue voltou a crescer no Brasil no início de 2024. Foto: CottonBro/Pexels

OUTRAS NOMENCLATURAS

Por fim, vale lembrar que há outras nomenclaturas no que diz respeito à saúde. Dois exemplos presentes nos noticiários são endemia e surto. Mais uma vez, o que as difere é a escala que a doença em questão atinge.

O surto é uma escala menor: “Refere-se a um aumento da doença em uma população e área geográfica específicas durante um período definido”, explica a médica. Geralmente, o termo se refere ao crescimento em áreas pequenas, como um bairro, por exemplo.

Na contramão dos demais termos, que são quantitativos, endemia se refere à frequência em que uma mesma doença afeta determinada área. As doenças endêmicas costumam voltar ao mesmo local em períodos específicos - ou seja, geralmente são sazonais.

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Leia a matéria original aqui.

Esse texto não reflete, necessariamente, a opinião do TIM NEWS, da TIM ou de suas afiliadas.
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