Obra apresenta a relação de Heinrich Himmler — o chefe da SS — com a família
Aventuras Na História
Nazistas amavam. É um fato incômodo, porque os “humaniza”, e óbvio, porque humanos eles eram. Tinham famílias e entes queridos. A pergunta não é se nazistas amavam, mas como eles conciliavam seu afeto doméstico com o massacre diário como profissão.
É o que é revelado nas cartas de Heinrich Himmler, o chefe da SS, a força paramilitar diretamente responsável pelo Holocausto. Nas cartas podemos ver Himmler abordar calorosamente sua família.
A filha é “malandrinha”. A esposa é “minha boa mulherzinha!”. Entre banalidades cotidianas, como dores de garganta, viagens de trem e o amor por retiros na natureza, surgem comentários sobre como judeus mal parecem seres humanos. E, como uma sombra funesta, mas nunca explicitamente, o que papai fazia no trabalho. A impressão é de se estar lendo uma perturbadora e surreal comédia de situação.
Uma série sobre uma família “normal”, com o pai batendo ponto como um gerente do extermínio industrial. O livro Heinrich Himmler: Cartas de um Assassino em Massa, de Michael Wildt, contou com a material da sobrinhaneta de Himmler, que não tem qualquer simpatia pelo parente.
Confira um trecho da obra disponível na Amazon:
Na primavera de 1945, imediatamente depois da guerra, um intelligence officer dos Estados Unidos encontrou-se em Gmund, perto do Tegernsee, com dois GI norte-americanos que aparentemente tinham se aprovisionado muito bem de "lembranças" na "casa de Lindenfycht", a residência particular de Heinrich Himmler. O oficial, também historiador, rapidamente entendeu o que os dois transportavam e tentou comprar seus achados. Um dos dois aceitou. O oficial adquiriu assim um arquivo contendo documentos privados da família Himmler, entre eles os diários manuscritos do jovem Heinrich Himmler no período de 1914 a 1922. Mas o outro GI não quis vender seus tesouros e retomou seu caminho.