Vaticano publica carta: veja o que Papa Francisco escreveu!
Anamaria
Em um mundo repleto de "sucessivas novas guerras", o Papa Francisco lembra da importância de resgatar o coração da sociedade. Essa é a essência da nova encíclica, dedicada ao Sagrado Coração de Jesus, que visa instigar os católicos a renovarem sua devoção e fé. Confira o que ele escreveu!
Intitulada "Dilexit nos" (ele nos amou), a carta foi divulgada nesta quinta-feira (24) no Vaticano. Com 220 parágrafos, é a quarta encíclica do Papa Francisco, que começou seu pontificado em 2013 ao lado do antecessor, Bento 16.
Veja o que Papa Francisco escreveu
Na carta, o Papa Francisco faz diversas reflexões sobre o mundo atual e a sociedade. "Assistindo a sucessivas novas guerras, com a cumplicidade, a tolerância ou a indiferença de outros países, ou com simples lutas de poder em torno de interesses de parte, podemos pensar que a sociedade mundial está perdendo o seu coração", escreveu sem citar conflitos ou nações específicas.
Além das guerras, o Papa menciona os "desequilíbrios socioeconômicos, o consumismo e o uso anti-humano da tecnologia" como desafios que nos afastam do verdadeiro significado do coração, entendido como o centro espiritual onde são forjadas as decisões mais importantes.
Ele destaca que "só a partir do coração é que as nossas comunidades serão capazes de unir e pacificar os diferentes intelectos e vontades." O Coração de Cristo, para ele, é um símbolo de amor e encontro, essencial para construir relacionamentos saudáveis e felizes.
Em uma entrevista coletiva, o arcebispo e teólogo italiano Bruno Forte destacou o contexto dramático atual, como a situação na Ucrânia e em Israel, e chamou a encíclica de um "desafio para olhar para cima", em busca de soluções que transcendam a lógica do poder.
Diferente de suas encíclicas anteriores, "Laudato si" (2015) e "Fratelli tutti" (2020), que abordaram questões sociais e ambientais, a nova carta se foca em aspectos espirituais, embora mencione também questões contemporâneas como inteligência artificial e consumismo. O Papa observa que "o algoritmo que atua no mundo digital mostra que nossos pensamentos e decisões são mais previsíveis e manipuláveis do que pensávamos. Não é o caso do coração", refletiu.
Nas conclusões, ele critica a forma como a dignidade parece estar atrelada ao poder e ao dinheiro: "Somos instigados a acumular, a consumir e a distrairmo-nos, aprisionados por um sistema degradante", adfirmou.
Por fim, o Papa Francisco fala sobre a Igreja, que aguarda o documento final do Sínodo da Sinodalidade, previsto para o próximo sábado (26). Ele enfatiza que a Igreja não deve substituir o amor de Cristo por estruturas ultrapassadas, mas sim abraçar o amor gratuito de Deus que alimenta e alegra as comunidades.